Depois da (ex-)desconhecida Marine Tondelier, agora surge o nome de Cyrielle Chatelain, que pode ser presidente da Assembleia Nacional.
Entre as inúmeras conversas e os diversos cenários à volta do próximo Governo de França, surge mais um nome, desta vez para presidir a Assembleia Nacional: Cyrielle Chatelain.
Cyrielle foi reeleita nesta terça-feira como líder parlamentar do grupo ecologista na Assembleia Nacional, agora com a designação “grupo ecologista e social”.
Esse grupo tem cinco deputados que eram da França Insubmissa, mas que entretanto entraram em conflito com o líder do partido, Jean-Luc Mélenchon.
O jornal Le Monde acrescenta que a deputada dos Verdes é uma candidata “possível” à presidência da Assembleia.
Os Verdes, ou o partido Les Écologistes – Europe Écologie Les Verts, estavam integrados na Nova Frente Popular, a coligação que venceu as eleições na semana passada. Por isso, Cyrielle Chatelain pode mesmo ser a candidata da Nova Frente Popular (e a mais forte) à liderança da Assembleia Nacional.
Cyrielle Chatelain completou 37 anos nesta segunda-feira, é deputada apenas desde 2022. Está nos Verdes desde 2006; na altura tinha 18 anos.
Cresceu no seio de uma família de activistas de esquerda: os pais apoiam a Greenpeace e um movimento anti-nuclear.
Esteve muitos anos no ensino superior: tem duas licenciaturas (filosofia e ciências políticas), mestrado em empreendedorismo em economia social e solidária. Trabalha numa federação de associações de integração habitacional.
Esta possibilidade coloca os Verdes num potencial patamar que nem o próprio partido imaginaria, até há poucos dias.
É que a próxima primeira-ministra também pode ser ecologista: Marine Tondelier.
Já nesta quarta-feira, a líder dos verdes admitiu que está “zangada e revoltada” com a “guerra de lideranças” que se está a verificar entre a França Insubmissa e o Partido Socialista (ambos dentro da Nova Frente Popular), nas conversas sobre a formação do Governo.
“Lamento o espetáculo que estamos a dar ao povo francês”, comentou, no canal France 2. Marine confirmou que já não há negociações dentro da coligação de esquerda.
E o título deste artigo até poderia ter “surpresa tripla”: mulheres no comando não é normal em França. Até agora só houve duas mulheres no cargo de primeira-ministra, por exemplo – Édith Cresson e a recente Élisabeth Borne.
Para já, Emmanuel Macron aceitou a demissão do ainda primeiro-ministro Gabriel Attal. O Governo ficará em gestão, no mínimo, até ao final dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos (8 Setembro).