Um fóssil de um antigo ictiossauro mostra que este réptil marinho morreu pouco depois de engolir uma presa enorme. A criatura terá partido o pescoço, acreditam os investigadores.
Os ictiossauros são répteis marinhos que desapareceram um pouco antes da extinção dos dinossauros. Uma equipa de investigadores encontrou um fóssil de uma destas criaturas com cinco metros de comprimento com um corpo de um animal de quatro metros no interior do seu estômago.
“É o maior de todos os tempos”, salientou Ryosuke Motani, da Universidade da Califórnia. Aparentemente, o ictiossauro terá-se magoado no pescoço no processo de consumir a pesa e acabou por morrer pouco mais tarde, escreve a New Scientist.
Os cientistas não conhecem bem a dieta destes répteis marinhos, embora saibam que, pela forma dos seus dentes, alguns dos maiores espécimes eram predadores de topo que caçavam grandes presas.
“Havia algo no seu estômago que estava saliente”, explicou Motani, que juntamente com a sua equipa esteve sete anos a tentar identificar a presa dentro do estômago do ictiossauro. Os resultados do estudo foram publicados este mês na revista científica iScience.
A última refeição deste ancestral réptil marinho foi um talattossauro, que embora tenha um tamanho quase idêntico ao ictiossauro, é bem mais magro. Na altura em que o fóssil foi descoberto, em 2010, esta espécie ainda era desconhecida à ciência.
O ictiossauro mordeu a cabeça e a cauda do talattossauro, provavelmente sacudindo-o. De seguida, engoliu todo o corpo decapitado e sem cauda, explicou a New Scientist. “O pescoço foi partido a um ponto de não conseguir segurar o crânio”, disse Motani. “Não conseguia respirar”.
Motani realça que este talattossauro poderá ter sido um espécime anormalmente grande, já que os restantes teriam apenas entre um e dois metros de comprimento.