A espécie tinha dentes redondos para conseguir esmagar as carapaças de tartarugas e bivaldes.
Fósseis da rara espécie de mosassauro Globidens alabamaensis, um predador marinho conhecido pelos seus dentes únicos e arredondados, foram descobertos no nordeste do Texas. A descoberta foi detalha num estudo publicado no Journal of Paleontological Sciences.
Os fragmentos de mandíbula recém-descobertos, que se acredita serem de adultos, oferecem novos conhecimentos sobre o estilo de vida destes grandes répteis, que dominaram os oceanos durante o período Cretáceo Superior, há cerca de 100,5 milhões a 66 milhões de anos.
Estes mosassauros podiam crescer até 6 metros de comprimento e os seus dentes globulares e rombos foram perfeitamente concebidos para esmagar as carapaças duras de presas como tartarugas, amonites e bivalves.
Ao contrário da maioria dos mosassauros, que tinham dentes afiados e semelhantes a punhais para apanhar peixes, o Globidens evoluiu para preencher um nicho diferente, especializando-se em criaturas marinhas com conchas. O Western Interior Seaway, um vasto mar interior que outrora dividia a América do Norte, proporcionava o ambiente ideal para estes predadores.
Descobertos por um caçador de fósseis privado em 2023, os fragmentos de mandíbula foram encontrados na Formação Ozan, um depósito rico em fósseis no nordeste do Texas que remonta à Idade Campaniana, aproximadamente há entre 83,6 e 72,1 milhões de anos. Apesar de ter apenas 20 centímetros de espessura, a formação produziu uma série de fósseis, incluindo outros mosassauros, destacando a sua importância como sítio paleontológico, escreve o Live Science.
Um dos fragmentos de mandíbula ainda contém 12 dentes, enquanto o outro tem seis. Os dentes arredondados têm cerca de um centímetro de comprimento e, num dos maxilares, os cientistas encontraram um dente germinativo abaixo da linha da gengiva, indicando que, tal como os tubarões, os mosassauros trocavam e substituíam continuamente os seus dentes ao longo da vida.
De acordo com a paleontóloga marinha Bethany Burke Franklin, os mosassauros de dentes rombos preenchiam um nicho ecológico específico, provavelmente prosperando numa abundância de presas com conchas, como os cefalópodes. Isto permitiu-lhes evitar a competição direta com outros mosassauros, que caçavam diferentes tipos de presas.
“Eram alguns dos predadores que evoluíam mais rapidamente na altura”, explicou Franklin, referindo que estas criaturas aproveitavam as lacunas ecológicas deixadas por outros predadores marinhos que tinham desaparecido devido às alterações climáticas.