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Cientistas norte-americanos preveem fortes cataclismos no leste da Rússia

Um grupo de cientistas norte-americanos, após analisar dados de satélite e de observação ao longo de 38 anos, estabeleceu que o aquecimento global provocado pelo homem pode levar a um aumento da frequência e da força dos desastres naturais nas zonas orientais da Rússia e na Mongólia.

Um grupo de investigadores determinou que o impacto humano na troposfera, a camada mais baixa da atmosfera, afetou significativamente o ciclo da temperatura da Terra.

Os autores do novo estudo, que foi publicado a semana passada na revista Science, estudaram vários modelos teóricos que descrevem o estado do clima antes e depois da Revolução Industrial.

Os cientistas revelaram padrões característicos de flutuações sazonais de temperatura. Em seguida, compararam estes padrões com os dados das medições de temperatura na troposfera de 1979 a 2016, efetuadas por satélites, tendo estudado a diferença entre as temperaturas mínima e máxima de cada ano.

Em resultado desta análise, cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos Estados Unidos, liderados por Benjamin Santer, descobriram que o maior contraste entre o inverno e o verão acontece nas latitudes médias do Hemisfério Norte.

Esta diferença é muito menor nos trópicos e as flutuações mais modestas são características da Antártida.

Além disso, a diferença entre as temperaturas de inverno e de verão em algumas áreas do Hemisfério Norte foi significativamente maior do que os modelos previam. As diferenças mais fortes foram notadas na Mongólia e nas regiões orientais da Rússia.

Um aquecimento tão acentuado não pode ser explicado por fatores naturais. Segundo os cientistas, a diferença entre o verão e o inverno está a aumentar devido às atividades humanas. Os investigadores acreditam que esses processos podem levar a um aumento da frequência e da força dos desastres naturais.

A partir do início do século XX, a temperatura média do ar aumentou 0,74 graus Celsius, cerca de dois terços do aumento ocorreu depois de 1980. Cada uma das últimas três décadas foi mais quente do que a anterior, a temperatura do ar foi maior do que em qualquer década desde 1850.

Baseado nos modelos climáticos, a magnitude provável do aumento da temperatura durante o século XXI será de 1,1 a 2,9 graus Celsius em caso de emissões mínimas para a atmosfera e 2,4-6,4 Celsius em caso de emissões máximas.

“O que estamos a observar são evidências profundas do impacto humano no clima, não apenas nas temperaturas anuais, mas também nos ciclos climáticos”, concluiu Santer.

ZAP // Sputink News / Nature

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