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As formigas também tiram baixa por doença

Até as formigas tiram dias por doença. Uma equipa de cientistas descobriu que estes insetos, à semelhança dos humanos, recorrem a uma estratégia social para prevenir a proliferação de doenças perigosas: a quarentena.

De acordo com um novo estudo, publicado no passado dia 23 na revista Science, as formigas doentes tentam reduzir o contacto com os outros insetos saudáveis, tentando assim minimizar a probabilidade de transmitir a doença.

A investigação, que contou com uma equipa de cientistas da Universidade de Lausanne, na Suíça, analisou o comportamento de 22 colónias de formigas pretas (Lasius niger) e concluiu que estes insetos fazem uma espécie de quarentena.

Durante o procedimento experimental, os biólogos infetaram várias formigas com Metarhizium brunneum, um fungo altamente contagioso, capaz de matar insetos em menos de 48 horas. Depois de infetadas, os cientistas observaram que as formigas contaminadas alteraram o seu comportamento, reduzindo o seu contacto com o resto da colónia.

Em igual sentido, as formigas saudáveis também reduziam as suas visitas ao ninho onde estavam as formigas doentes, afastando simultaneamente as larvas dos insetos infetados.

Simulações computorizadas realizadas pelos cientistas demonstraram que estas práticas são muito eficazes e diminuem significativamente a disseminação de doenças e ou infeções nas colónia.

Contudo, os cientistas ainda não conseguiram descobrir como é que as formigas reconhecem a doença, seja através do olfato ou por estímulos externos.

Nathalie Stroeymeyt, uma das cientistas envolvida na investigação afirmou em declarações ao News Scients, que podemos aprender muito como estes insetos do ponto de vista da socialização – pelo menos, até certo ponto.

“Acho que poderíamos aprender com os insetos sociais sobre as formas de diminuir a transmissão de doenças na escala populacional”, disse, acrescentando que estes comportamentos devem ser seguidos apenas até determinado ponto: “Não podemos realmente pedir aos doentes que se sacrifiquem e morram em isolamento, como fazem as formigas”, rematou a bióloga.

ZAP // RT /

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