Forças ucranianas recusam rendição de Mariupol, a cidade mártir da guerra

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(h) Maxar Technologies / EPA

Autoridades ucranianas recusaram a proposta russa que permitiria a abertura de corredores humanitários. Estima-se que 300 mil pessoas permaneçam na cidade, sem água, energia e alimentos.

A proposta surgiu durante a tarde de ontem, domingo: a Rússia ordenou às forças ucranianas que abandonassem a cidade de Mariupol e depusessem as armas até às 5h da manhã desta segunda-feira para que, em troca, fossem abertos corredores humanitários que possibilitassem a saída de civis de uma das cidades mais massacradas pelos ataques russos desde há 25 dias e onde há muito começaram a escassear bens essenciais.

Iriana Vereshuchuk, vice-primeira-ministra do país invadido, respondeu pouco depois, recusando a rendição. “Não se pode falar em rendição e deposição de armas. Já informámos o lado russo sobre isso. Eu escrevi: em vez de perderem tempo em oito páginas de cartas, abram o corredor“, disse, citada pelo Público.

Segundo havia noticiado a agência de notícias espanhola EFE, Mikhail Mizintsev, chefe do centro de controlo da Defesa Nacional Russa, anunciou que todos os elementos do exército ucraniano poderiam abandonar a cidade entre as 10h e as 12h locais, assim como os “mercenários estrangeiros”.

Para além da falta de alimentos, água e energia, o cenário de total destruição Mariupol é visível em todas as imagens que surgem do território, com relatos de cadáveres espalhados pelas ruas e tiroteios em vários bairros.

Em declarações à BBC, Yaroslav Zhelezniak, deputado ucraniano, descreveu que a sua cidade natal é atualmente “o inferno na terra” e que 300 mil pessoas estão impedidas de sair e subjugadas às condições de desumanas impostas pela guerra.

As últimas horas também ficaram marcadas por um escalar das tensões na capital Kiev, que havia sido poupada pelos russos nos últimos dias — o que pode indicar uma mudança de estratégia. De madrugada, um bombardeamento matou pelo menos seis pessoas que se encontravam recolhidas num centro comercial. O ataque atingiu o parque de estacionamento e provocou uma cratera de vários metros de largura.

Outra das notícias que está a marcar a atualidade relacionada com o conflito na Ucrânia tem que ver com a fuga de amoníaco da central química de Sumy. Na sequência do acidente, o governador da região, Dmytro Zhivitskii, apelou à população que procurasse “abrigos, caves e pisos baixos” e explicou que a fuga terá afetado uma área correspondente a cinco quilómetros.

De acordo com o Público, a dimensão e as causas do acidente ainda estão por apurar. O responsável local adiantou ainda que as equipas de emergência se deslocaram ao local e que a cidade vizinha de Sumykhum não corre perigo. Sumy fica a 350 quilómetros de Kiev e há semanas que tem sido de palco de vários confrontos.

ZAP //

3 Comments

  1. Estas pessoas é que têm um real amor à Pátria: “Lutar até ao fim. Antes morrer que se render.” Isto é o que Putim não estava a contar., tirou-lhes as armas, mas eles lutam com outras coisas com muito mais valor. Se Putim e a Rússia conquistarem a Ucrânia pela via que têm utilizado, do massacre, da chantagem, do terror, serão sempre, chamados de COVARDES e ASSASSINOS.

  2. Este ideário assassino foi iniciado e incutido por Lenine, com o nome de comunismo. Mas Putin é um oligarca rico, disfarçado de comunista. O PCP também é uma seita disfarçada, que o defende.

  3. Ainda há muito boa gente que vai atrás de ideias concebidas emocionalmente sem qualquer avaliação histórica das origens desta malfadada guerra, mas há uma pergunta que deve ser colocada: quem deixou de cumprir os acordos de Minsk e quem levianamente pretendeu fazer parte da NATO depois desses acordos? Outra pergunta: Por que razão os Estados Unidos e o seu braço armado a NATO incentivaram a entrada da Ucrânia nesta organização militar, sabendo que ao fazê-lo iriam provocar uma reacção russa, já cercada nas suas fronteiras por países onde foram instalados sistemas de armas sofisticadas? Outra pergunta, esta como exemplo: como reagiram os Estados Unidos, quando souberam que estavam a ser instalados em Cuba mísseis de médio alcance? Mais uma pergunta:os nazis portugueses que querem juntar-se ao exército ucraniano, vão integrar-se no batalhão Azov que durante a II Guerra Mundial apoiou a tropa nazi? Afinal, Vladimir Putin sempre quer desnazificar a Ucrânia e proteger a Rússia e o seu povo e os ucranianos estão a servir de carne para canhão, instigados pelo seu presidente e por USA/NATO/UE que continuam a fornecer armamento sofisticado. Vamos todos fazer um esforço para obter a Paz e não para lançar mais lenha para a fogueira, pois se assim não for podemos não conseguir contar no futuro como tudo aconteceu.

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