Depois de revelar a primeira fotografia de um buraco negro, a NASA decidiu partilhar uma simulação para demonstrar a força gravitacional deste fenómeno.
A primeira fotografia alguma vez registada de um buraco negro é uma imagem marcante, mas não nos permite ter a ideia do que realmente ocorre num buraco negro. Para colmatar essa falha, a NASA resolveu criar uma simulação, na qual é possível visualizar o fenómeno.
https://twitter.com/NASA/status/1177025023867006976
Segundo a Sputnik News, a simulação foi criada pelo Centro de Voo Espacial Goddard, da agência espacial norte-americana, através de um software. Esta simulação tem como objetivo demonstrar a força gravitacional de um buraco negro, onde nem mesmo a luz consegue escapar.
A gravidade extrema própria de um buraco negro distorce a luz emitida por diferentes regiões do disco de acumulação, produzindo a aparência deformada que conseguimos ver na simulação. À medida que os campos magnéticos giram através do gás agitado, foram-se nós brilhantes que se dissipam constantemente no disco.
Mais próximo do buraco negro, o gás orbita quase à velocidade da luz, enquanto as partes externas giram um pouco mais devagar. Esta diferença distorce os nós brilhantes, produzindo faixas claras e escuras no disco.
Quando visto de lado, o disco parece mais brilhante à esquerda do que à direita. isto explica-se pelo facto de o gás brilhante do lado esquerdo do disco se mover na nossa direção, a uma velocidade tão rápida que os efeitos da relatividade de Einstein aumentam o brilho. Pelo contrário, no lado direito da simulação, o gás afasta-se de nós, pelo que nos dá a sensação de que é um pouco mais fraco.
Esta assimetria, segundo a NASA, desaparece quando vemos o disco completamente de frente, porque, desta perspetiva, nenhuma material se move ao longo da nossa linha de visão.
“Vídeos e simulações ajudam-se a visualizar o que Einstein queria dizer quando afirmou que a gravidade distorce o tecido do espaço e do tempo”, explicou Jeremy Schnittman, um dos responsáveis pela simulação. “Até há pouco tempo, estas simulações eram limitadas à nossa imaginações. Nunca pensei que seria possível ver um buraco negro real”, rematou.