Astrónomos descobrem flashes no Sol que podem ser sinal de perigo iminente

NASA / SDO

Usando dados do Solar Dynamics Observatory (SDO), os cientistas descobriram novas pistas que podem ajudar a prever quando e onde a próxima erupção solar pode ocorrer no Sol.

Os investigadores conseguiram identificar pequenos flashes nas camadas superiores da coroa – a atmosfera do Sol – encontrados acima de regiões que mais tarde se inflamariam em rajadas energéticas de luz e partículas libertadas pelo Sol.

“Podemos obter informações muito diferentes na coroa do que obtemos na fotosfera, ou ‘superfície’ do Sol”, disse KD Leka, autor principal do novo estudo da Universidade de Nagoya, no Japão, num comunicado à imprensa.

“Os nossos resultados podem dar-nos um novo marcador para distinguir quais regiões ativas provavelmente explodirão em breve e quais ficarão quietas no próximo período de tempo”.

Desde que foi lançado em 2010, o Solar Dynamics Observatory ajudou os cientistas a entender melhor o que causa as erupções solares. Um dos principais objetivos da missão era criar previsões para prever a atividade no Sol.

Os cientistas estudaram anteriormente como é que as mudanças no campo magnético do Sol podem causar erupções, ajudando-os a prever quando algumas erupções ocorreriam.

Além disso, outras equipas de cientistas modelaram como é que a atividade nas camadas inferiores da atmosfera do Sol – como a fotosfera e a cromosfera – pode indicar atividade iminente de erupções em regiões ativas, que normalmente são marcadas por grupos de manchas solares. As novas descobertas, publicadas no The Astrophysical Journal, contribuem para isso.

“Com este estudo, estamos realmente a começar a cavar mais fundo”, disse Karin Dissauer, da NorthWest Research Associates (NWRA), que foi fundamental para montar um banco de dados de imagens das regiões ativas do Sol capturadas pelo SDO nos últimos oito anos.

“No futuro, combinar todas essas informações da superfície até à coroa deve permitir que os meteorologistas façam previsões melhores sobre quando e onde erupções explosões solares acontecerão”.

O novo banco de dados torna mais fácil para os cientistas usar dados de grandes estudos estatísticos do Atmospheric Imaging Assembly (AIA) do SDO.

“É a primeira vez que um banco de dados como este está prontamente disponível para a comunidade científica e será muito útil para estudar muitos tópicos, não apenas regiões ativas”, disse Dissauer.

A equipa da NWRA estudou uma grande amostra de regiões ativas do banco de dados, e a sua análise revelou que há frequentemente pequenas e intensas mudanças de brilho na coroa antes das erupções solares.

Esses e outros novos insights darão aos investigadores uma melhor compreensão da física que ocorre nessas regiões magneticamente ativas, com o objetivo de desenvolver novas ferramentas para prever erupções solares.

A equipa disse que os seus métodos podem eventualmente ajudar a melhorar as previsões de erupções e tempestades espaciais.

O clima espacial pode afetar a Terra de várias maneiras: produzindo auroras, colocando astronautas em perigo, interrompendo as comunicações de rádio e até causando grandes apagões elétricos.

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