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Físicos conseguiram criar o primeiro cristal do tempo

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JanDerChemiker / Wikimedia

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Cientistas dos EUA conseguiram construir um cristal do tempo que funciona, algo que nunca tinha sido observado na prática.

Simplisticamente, um cristal do tempo é um objeto que parece ter movimento enquanto está no seu estado fundamental, o estado de mais baixa energia. A ideia foi proposta em 2012 por Frank Wilczek, Nobel da Física em 2004, mas desde então o cristal só permaneceu possível na teoria.

A experiência dos investigadores da Universidade de Maryland (EUA) envolveu a criação de um sistema quântico, onde um grupo de iões forma uma estrutura em forma de anel no seu estado fundamental.

Para observar a movimentação, os investigadores usaram um sistema que muda com o tempo. Eles usaram iões de itérbio, prendendo-os num estado fora do equilíbrio que os mantinham num determinado local, com spins a interagir entre si. Em seguida, um laser foi usado para mudar o spin de alguns iões, criando oscilações contínuas.

Os resultados foram surpreendentes: depois de observar e permitir que o sistema quântico se desenvolvesse, as interações contínuas estavam a acontecer com o dobro da frequência original.

Uma vez que não havia nenhuma força em ação naquele período, a única explicação é que a simetria de translação do tempo foi quebrada, permitindo esses períodos mais longos. Por outras palavras, eles criaram um cristal do tempo.

O curioso sobre o cristal do tempo é que este não consome energia para produzir movimento, mas também não produz nenhuma energia. Não é possível extrair energia dessa movimentação, já que qualquer perturbação interromperia esse movimento.

A experiência, publicada no arXiv, precisa ainda ser reproduzida por outros laboratórios para confirmar a reprodutibilidade da pesquisa, mas ainda assim é notável que, em pouco anos, algo que parecia impossível passou a ser provável de acordo com a teoria e agora foi comprovado na prática.

Os cristais do tempo podem ser úteis no problema da memória quântica, impulsionando a pesquisa com computadores quânticos.

HypeScience

2 Comments

  1. Algo tem de evoluir, até a terminologia.
    Cristal do tempo, faz o “spin” entre um “cluster” de iões, está provado, mas não produz energia.
    Moto continuo foi procurado exaustivamente desde há mais de 60 anos, mas mesmo as máquinas que aparentemente conseguiam ter vida ela resume-se a meses ou anos pois sempre havia uma razão externa para parar. Nunca delas então, tal como agora, foi possível extrair um nano-watt de energia. Mesmo a cold fusion nunca foi, para além de caça metais, uma miragem cientifica.
    Mas devemos encorajar todos aqueles que de forma séria buscam obter energia do “nada”.

    • Não me parece que fosse intenção produzir energia do nada.
      Se for verdade, teremos uma célula de memória autoalimentada para usar nos computadores ópticos.

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