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Trabalhadores que fingem trabalhar muito para agradar ao chefe ganham mais

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World Bank Photo Collection / Flickr

Parecem os funcionários mais atarefados do escritório, a despacharem emails e a mostrarem-se empenhados diante do chefe, mas na verdade, estes trabalhadores “pseudo-dedicados” não fazem nada. Apesar disso, a estratégia compensa, segundo um estudo britânico.

Uma pesquisa da Hult International Business School, no Reino Unido, divulgada pela BBC concluiu que os trabalhadores “pseudo-dedicados”, que fingem trabalhar muito, são mais recompensados pelas chefias do que os trabalhadores que realmente rendem.

Este estudo analisou 28 locais de trabalho no Reino Unido, debruçando-se sobre o comportamento de 200 trabalhadores. Os investigadores encontraram colaboradores que pareciam estar “altamente empenhados”, mas que, após uma análise mais atenta, estavam afinal somente a criar uma “ilusão de empenho”.

Estes funcionários, que o estudo classifica como “auto-promotores”, conseguem fingir que estão sempre muito ocupados quando, efectivamente, não fazem nada de útil. Mostram-se muito empenhados em reuniões e conversas que lhes interessam, parecendo muito envolvidos na “cultura empresarial”, mas é tudo show-off para as chefias.

A sua falta de produtividade afecta a produtividade geral da empresa, mas apesar disso, têm mais tendência a serem promovidos do que os trabalhadores verdadeiramente empenhados, bem como a receberem melhores ordenados e mais bónus.

Isto deve-se muito ao facto de se comportarem de modo a ficarem bem na fotografia perante as chefias e de passarem mais tempo a auto-promoverem-se do que a trabalharem, o que lhes traz benefícios, como constata a investigadora que liderou o estudo, Amy Armstrong, em declarações à BBC.

Armstrong nota que estes funcionários “egoístas” têm um impacto negativo na produtividade do negócio, mas sublinha que, apesar disso, “são recompensados por esse comportamento disfuncional” pelos gestores de topo.

Esta dinâmica injusta pode minar o ambiente da empresa, com “baixos níveis de confiança e coesão”, e com pouca colaboração entre as equipas de trabalho, como conclui o estudo.

SV, ZAP //

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