Desde 2017, o Estado já lançou três vezes um programa de incentivos à poupança nos serviços públicos, mas os resultados nunca foram revelados. O programa promete dar até um salário extra por ano aos funcionários públicos.
O Sistema de Incentivos à Eficiência da Despesa Pública foi lançado três vezes desde 2017, permitindo aos funcionários públicos ganhar até um salário extra por ano se propuserem medidas que permitam poupar mais de 50 mil euros. No entanto, as Finanças nunca revelaram quantas propostas nem quantos prémios já foram entregues.
Em declarações à SIC Notícias, Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum, a maior e mais representativa organização de Trabalhadores da Administração Pública, diz que isto se verifica porque “naturalmente que não há nada de concreto”.
Há dois meses, a estação televisiva contactou todos os ministérios para que fossem reveladas as eventuais informações. A resposta do Ministério das Finanças respondeu que iria centralizar a resposta, mas após vários contactos a insistir que o fizesse, acabou por nunca enviar os resultados do programa.
Para os sindicatos, o silêncio do Governo só pode significar que a medida foi um fracasso e que não passa de mera propaganda.
“Muitas vezes gasta-se na farinha para poupar no farelo. Não vale a pena andar a poupar no papel higiénico, quando isso, na verdade, em nada contribui para melhorar a motivação de quem cá trabalha nos serviços públicos”, defendeu, José Abrão, secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública.
Como medidas para poupar gastos nos serviços públicos, Ana Avoila sugere que “se deixe de fazer aquisições de serviços por ajustes diretos e de contratualização de escritórios de advogados”.
“Não estamos a falar de alguns milhares, estamos a falar de milhões todos os anos“, acrescentou. A coordenadora falou ainda da questão das empresas de outsourcing dentro dos serviços, “que ficam três vezes mais caras” do que se tiverem funcionários públicos do quadro a fazer o trabalho.
Além do salário extra, os funcionários poderiam ainda ganhar ações de formação, experiências de trabalho em instituições internacionais e salas de refeição e espaços sociais e de convívio.
Este fiasco de governo bem quer encobrir as suas pobrezas mas não consegue. Tudo acaba por vir ao de cima.
Cortar na despesa em lubrificantes da assembleia da república.
Ana Avoila foi directa e precisa. E fica tudo dito.
Fica com essa avestruz , já que gostas tanto dela . Só de olhar para ela fico doente
Caro João, não entendo o seu arremesso.
Não é a pessoa de Ana Avoila que me interessa, mas sim que ela disse. E o que ela disse está, do meu ponto de vista, certo.
A medida que o Governo quis ou quer pôr em prática é, no mínimo, ridícula, além de poder contribuir, por indução, para práticas menos rigorosas de funções.
Poupar, ou seja, controlar correctamente despesas, é da responsabilidade das chefias. E quem trabalha a pensar em prémios é mau profissional.
Capitalismo puro!…
Não entendi.