As alergias são causadas pela proteína Fel d 1 que está presente na saliva dos gatos, passando depois para o pêlo devido às lambidelas dos animais para se limparem. Uma nova técnica cria gatos saudáveis e sem a Fel d 1.
Uma equipa de investigadores afirma ter descoberto um método de edição genética eficaz no bloqueio da causa mais comum das alergias humanas aos gatos, utilizando a tecnologia CRISPR.
E as melhores notícias são que, para além de poupar muitos espirros e irritação aos cerca de 20% de nós que são alérgicos, os cientistas garantem que esta alteração não afecta a saúde dos nossos amigos patudos.
As alergias são maioritariamente associadas ao pêlo e caspa que os gatos largam, mas o verdadeiro culpado é uma proteína chamada Fel d 1 que está presente na saliva e nas lágrimas dos animais e, consequentemente, no pêlo que estão constantemente a lamber.
No novo estudo publicado na The CRISPR Journal, os investigadores recorreram à tecnologia CRISPR, que já venceu um prémio Nobel, para criarem gatos que não produzem Fel d 1, e afirmaram já o terem conseguido fazer com segurança.
Ao analisarem o ADN de 50 gatos domésticos, descobriram regiões de dois genes envolvidos na produção da proteína que podiam ser editadas. Quando comparavam os genes destes gatos aos de oito espécies de gatos selvagens, descobriram que há muita variação entre os grupos, escreve o Gizmodo.
Isto pode indicar que a proteína não é essencial para a biologia dos gatos e que, por isso, pode ser eliminada sem riscos para a saúde dos animais. A equipa usou a assim a CRISPR em células de gatos em laboratório e a tecnologia provou-se eficaz.
A empresa de rações animais Purina lançou em 2020 uma ração para gato que incluía uma proteína que reduzia a produção de Fel d 1 nas bocas dos animais, com uma pesquisa da empresa a concluir que este método reduzia em 47% a presença de Fel d 1 no pêlo e caspa dos gatos ao fim de três semanas.
No entanto, os autores do novo estudo realçam que a forma mais eficaz para o fim das alergias é atacar a raiz do problema através da edição genética. Os cientistas rematam prometendo continuar a afinar e testar a técnica em laboratório e, eventualmente, em gatos verdadeiros.
