A empresa que desenhou um novo sistema de purificação de água para ser usado na Estação Espacial Internacional (EEI) está a basear-se nesta mesma tecnologia para desenvolver uma ferramenta que pode vir a ser capaz de fornecer água potável às regiões com mais escassez.
A Aquaporin A/S é a responsável por este novo sistema que usa proteínas chamadas aquaporinas. “É essencialmente o mecanismo que permite que a água atravesse a membrana celular das células vivas”, disse à CNN Peter Holme Jensen, CEO da empresa dinamarquesa.
Na natureza, são estas proteínas que permitem que as raízes das plantas absorvam água do solo, como também que os nossos dois rins filtrem cerca de 170 galões de líquido por dia. Também são muito seletivos, evitando a passagem de contaminantes.
O atual sistema de purificação de água da Estação Espacial Internacional é muito pesado, tem de ser substituído a cada 90 dias e não consegue filtrar certos contaminantes, por isso, a NASA está a pensar substitui-lo pelo da Aquaporin A/S.
Mas não é só no Espaço que esta tecnologia pode fazer a diferença. Mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a água potável e, mesmo em países desenvolvidos, muitas pessoas não confiam na água da torneira para beber.
A empresa está a trabalhar com algumas companhias de tratamento de águas residuais, localizadas na Dinamarca e na Hungria, para remover micropoluentes e microplásticos dessas águas, evitando que estes acabem no mar.
Além disso, no mês passado, lançou um sistema de filtração para ser usado debaixo do lavatório que funciona sem eletricidade. Este sistema, que custa 650 euros, está atualmente direcionado para o mercado europeu, mas Jensen planeia expandir para os Estados Unidos, Índia e China nos próximos dois anos.
À medida que a produção aumentar, o objetivo a longo prazo é oferecer um produto acessível às regiões com maior escassez de água. “Acredito realmente que podemos fazer a diferença”, afirmou ao canal televisivo.