Filho diz à mãe: “Eu estaria melhor sem ti” – a mãe fez-lhe a vontade

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Uma estratégia parental partilhada pela própria mãe. Será que resultou?

Este artigo destina-se sobretudo a quem tem filhos. Mas quem não tem também pode ficar nesta página; se calhar, deve.

Para mães e pais com crianças ou adolescentes, uma pergunta: quantas vezes já ouviram os mais novos dizer que não gostam de vocês, que vos odeiam, ou mesmo (no caso de adolescentes) que preferiam viver sem vocês?

Bom, uma mãe partilhou no Reddit o que aconteceu entre ela e o seu filho. Vamos ao relato, divulgado pelo portal YourTango.

A mulher tem 35 anos, o filho tem 14. Ela começa por explicar que, obviamente, faz tudo pelo filho, não quer que lhe falte nada.

Mas quando o adolescente começou a “sair da casca”, quer em casa, quer na escola, decidiu sentar-se e ter uma conversa tranquila com ele para perceber o que estava a acontecer.

O maior receio da mãe era que o seu filho estivesse a ser vítima de bullying na escola. Já tinha pensado em transferi-lo para outra escola, se fosse esse o caso.

Nada de bullying. “Quem tem 14 anos tem de agir assim”, disse o filho. A mãe avisou-o que não iria tolerar comportamentos daquele género: insultos aos pais e aos professores, indisciplina, desleixo…

A conversa, como é fácil de imaginar, não decorreu num tom baixo ou tranquilo.

No meio da discussão, o filho disse:

A minha vida seria melhor se eu não tivesse mãe.
– Muito bem.

A mãe reagiu só assim. Magoada, claro, triste. Mas não falou mais.

E o diálogo terminou naquele momento.

Nesse dia, horas depois, a mãe fez o jantar para ela e para o marido. Só. Cheirou a comida no andar superior da casa, o filho desceu e perguntou logo o que era o jantar. “Não fiz jantar para ti. Já que a tua vida é mais fácil sem a tua mãe, há comida no frigorífico”, respondeu a mãe.

O filho ficou absolutamente louco. Voltou para o quarto e só saiu na manhã seguinte.

Ora na manhã seguinte, era a altura de comer o pequeno-almoço e de ir para a escola no carro, com a mãe. Não havia, nem pequeno-almoço, nem boleia da mãe: “A tua mãe faria o pequeno-almoço para ti. Mas como a tua vida é mais fácil sem a tua mãe, prepara tu o pequeno-almoço. Ah, e apanha o autocarro para ires para a escola”.

Insultos, queixas. Pegar em cereais prontos e seguir para o autocarro. Foi a reacção do filho.

A sogra dela, avó do adolescente, soube do que estava a acontecer. E começaram a “chover” telefonemas com o tom: “És uma mãe horrível! Estás a deixar o teu filho a morrer à fome! Estás a ser mesquinha!”.

A própria mãe começou a ponderar: “Pensei que esta era uma boa forma de disciplinar o meu filho e fazer com que ele seja grato por tudo que tem. Mas começo a achar que fiz asneira”.

Mas, mais tarde, o cenário começou a mudar.

No meio dos agradecimentos pelos comentários no Reddit, a mãe revelou que disse ao filho que aquela frase dele deixou-a magoada. Sem falar da sogra.

A mãe perguntou-lhe se ele queria que ela o fosse buscar à escola, em vez de vir de autocarro. Ele respondeu que sim. No carro, o filho pediu logo desculpa à mãe e explicou que o seu comportamento era de imitação: os amigos do seu grupo estavam a agir assim, ele começou a fazer o mesmo.

Houve um momento que fez com que o filho tivesse esta conversa: os seus amigos na escola foram suspensos (a mãe não contou porquê). E tentaram que ele se juntasse a eles – ele negou e, aí, apercebeu-se do que estava a fazer e pediu desculpa. A mãe também pediu desculpa pela sua reacção posterior.

Quando o filho chegou a casa, começou a limpar o seu quarto, por iniciativa própria. E ofereceu-se para ajudar a fazer o jantar, queria aprender a cozinhar.

Em poucas horas a nossa relação e a nossa comunicação melhoraram!”, exclamou uma mãe feliz, que está num processo de construção, de trabalho, com o filho.

A sogra… encontrou aquela publicação no Reddit. Anda a criticar a nora pelo Facebook e por outras redes sociais.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

34 Comments

    • Concordo que é o que os filhos precisam, mas na minha opinião não passa de uma bela fábula. Não acredito que alguém consiga educar um filho da noite para o dia, mas caso tenha de facto acontecido temos que dar os parabéns ao filho também, por ter “crescido” tão rápido.

      • Numa escala um pouco diferente, vivi isso com o meu filho. Era um bom menino, bom aluno, e de repente começou a ter imensas faltas de atraso. A directora de turma alertou – me, falei com ele, mas passado pouco tempo recebi uma carta da escola a falar no mesmo, faltas intercalares por atrasos que os professores deixaram de tolerar.
        Nesse dia, saí para trabalhar e escondi a playstation. Qd me ligou a perguntar disse-lhe que não havia playstation para quem se estava a comportar assim. Ligou muitas vezes, revoltado e chateado – a minha mãe estava com ele em casa e acabou por me convencer a fazer “meio castigo” porque ele já tinha percebido. Teria 15 anos na época..
        Liguei para ele e fi-lo prometer que não se iria repetir, dando-lhe a localização do esconderijo.
        Nunca mais aconteceu, foi influência dos outros que ficavam a jogar à bola sem ligar ao toque.
        Por isso sim, há castigos às vezes simples que mudam tudo.

      • Boa tarde!
        Compreendo a sua resposta e, de repente, pensei na mesma situação: a rapidez com que surgiu o resultado… E reli a notícia, acabando por me focar onde é escrito que “Mas. mais tarde…”.
        Vou entender que aquele “mais tarde”, não especificando o tempo decorrido, terá sido bastante (sim, mas quanto?…) para que pudessem começar a surgir resultados da atitude que a mãe tomou.

  1. Hoje em dia e geralmente, os pais preocupam-se muito com os filhos, qualidade que os filhos principalmente na adolescência não reconhecem as atitudes dos pais como protetores e antes como controladores. Porque já têm 17 ou 18 anos acham que estão preparados para o mundo e querem é viver, desfrutar da vida sem olhar para mais nada. Eu tive uma filha rebelde que aos 17 anos me queria tão mal que me desejava a morte, ( isto foi-me revelado por ela na minha cara alguns anos mais tarde) . Portanto eu compreendo essa mãe e quem me dera ser como ela. Parabéns minha senhora.

  2. Depois dela se ir embora para sempre, arcará com o peso que ainda tem, sobre a falta de carinho dela.

    A actual sociedade não está a pensar na força que uma mãe possui.

  3. Uma situação que eu acho normal e necessária na educação correta de um filho todo mundo fica espantado com o ocorrido?
    Assim está a educação em nosso mundo.

  4. Não há país 100% certos e filhos 100% errados.
    Este problema é bastante complexo e não tem respostas fáceis e diretas, cada caso é diferente.
    Mas uma coisa é certa, os pais tem de passar muito tempo com os filhos e tempo de qualidade só assim podem educar pelo exemplo e dedicação e tirar milhentas dúvidas que os filhos tem nestas idades,
    Tem de falar a uma só voz, evitando discucões á frente dos filhos.
    Tem de respeitar o ser humano que é o seu filho.
    Não ponho nada em causa a estratégia desta mãe que felizmente deu certo neste caso.

  5. No passado toda esta rebeldia se existisse, seria esporádico, e jamais voltaria a acontecer. Porquê, porque, levava uma lição de educação que não voltava a acontecer,. Hoje e graças ao sistema, a violência doméstica é factor para que a educação, respeito vergonha humildade dedicação amor. Sejam a sociedade rasca, e sem valores, cuja presente geração irá pagar caro às suas atitudes. Salvo raras excepções.!!

    • Hoje em dia a molecada ja tem contas bancárias e dinheirito deles bem governado. Como há possibilidade de trabalhar no verão, ai compram o que lhes interessa. E neste caso já mais estamos no direito de confiscar tlm.

  6. Hoje em dia, os pais ( nem todos) não sabem educar os filhos, dando-lhes tudo e ao mesmo tempo, não se opõem a certas coisas, pois deixam-os abusar de tal maneira k depois eles já não aceitam um NÃO e daí vem a seguir a falta de respeito por eles e muito mais…
    Estamos num mundo, assim, INFELIZMENTE!!!

    • 100% de acordo. Acho que deviam dar aulas de psicologia de como educar os filhos. No fim de tudo se pergunta onde é que falharam apesar de digamos “dar mundo na bandeja”. É muito triste mesmo, porque nos tratamos os nossos pais por Você e achamos que nossos filhos tratam nos por tu, somos mais amigos uns
      para outros…

  7. Nenhum mãe de verdade quer ver filhos mal educado fazemos tudo para que o nosso filho seja nosso orgulho nosso espelho.agora já não digo o mesmo dessa sogra.ja vi que ela prefere ter um marginal’assassino’ladrao’ver neto no jornal com má fama e reputação de que uma nora que dá educação.ainda bem que a mãe sabe educar e essa sogra que fica longe porque Boa coisa não é.espero que o filho’pai’do menino não seja como a mãe’sogra’porque senão esse menino está condenado.parabens a mãe sei que deve ser duro mas quando passam limite temos de os corrigir.

  8. E mesmo muito difícil educar os filhos, estou passando pela mesma situação com o meu filhos de 22 anos, não quer mais estudar, tudo porque achou que quer ser músico. E ele nao quer trabalhar porque acha que eu como mae tenho a obrigação de sustentar os seus caprichos.

    • 22 anos??
      Cama, comida e roupa lavada. O resto, não quer estudar.. trabalha.
      Obviamente o telemóvel, discotecas, filmes, instrumentos musicais,,, não fazem parte da equação : Cama, comida e roupa lavada!

      Sei que não é fácil, mas temos de engolir em seco muitas vezes…

      Boa sorte a ambos

  9. Não sei se alguma vez esta Mãe vai ler o que escrivi, mas queria mesmo parabenizá-la pela sua atitude: foi acertiva e daí talvez o sucesso na mudança de comportamento do filho .
    Eu sei o que é educar adolescentes, a crueldade das suas palavras e nas suas atitudes. Portanto, nunca se culpe por educar e impôr limites ao seu filho. E quanto à sua sogra,?se calhar convém lembrá-la que é avó e não mãe e como tal, que eduque os filhos dela. Como jà não deve ter filhos nessa fase, desfrute da vida, até do neto, mas deixe a tarefa de educar para quem lhe pertence realmente.
    Muito obrigada pela partilha e pode crer que não me irei esquecer dela quando a minha princesa de 15 anos voltar a pôr as garrinhas de fora…

    • Meu estilo de educação!!! Os nossos pais (meu e do meu irmão) são assim. O meu pai chama por nós constantemente para ajudar em tudo e mais um par de botas em casa e a minha mãe é severa com a vida que cada um leva.
      Podemos não gostar a início mas no final com o passar dos anos vejo que (e hoje em dia com quase 35 anos) dá frutos. Percebo de tudo um pouco de tarefas de casa, bricolage, eletricidade, som, cozinhar (parte do pai) e gestão doméstica e financeira e planeamento (parte da mãe).

  10. Boa tarde. Fez muito bem o que fez não merecia o que ouviu. Uma mãe e tudo. Eu também tenho um em casa mais ou menos assim mal educado quando se trata a arrumar o quarto ou estudar vira bicho. Agora a pouco tempo respondeu me que daria de tudo para não estar comigo. O problema é que não é meu filho de sangue mas estou a fazer pracido o que essa mãe fez.

    • Seja de sangue ou não vai dar o mesmo. Com cada atitude deles o tal ” cordão ” vai se rompendo cada vez mais e mais até um dia ponha se ponto final e cada um segue em frente. Ninguém pode acusar de que foram abandonados, com maior de 18 ja não usam fraldas e portanto, ja que estão fartos dos pais a porta da entrada é mesma de saída.

  11. Grande mãe!
    Se assim fossem todas não tinhamos meninos mimados, fedelhos que aos 20 anos só comem peixe se a mamã lhe tirar as espinhas! Têm tudo sem esforço e não sabem ouvir um não que se sentem frustados. Depois temos psicólogos de mula ruça que acham que dar uma palmada ao menino o transtorna para a vida inteira e o resultado está à vista. Sou da geração dos que não podiam dizer não aos pais sob pena de levar logo duas lambadas. mas fiz-me homem e pai como deve ser e hoje tenho vergonha destes pais permissivos que tudo dão, menos educação.
    Curvo-me perante esta mãe com M grande!!!

  12. Achei uma estratégia excelente. Apenas com palavras, sem qualquer violência. Acredito que levou um tempo a coincidir tratamentos/procedimentos entre mãe/filho.
    Opinião minha:
    -porque o filho não faz o seu pequeno almoço?
    -Porque não vai de autocarro?
    -porque não limpa o quarto?
    Tarefas que cada um usufruiu, deve contribuir
    Achei excelente.
    Parabéns ❤️

  13. Isto é mais uma das tretas das redes sociais para se ter gostos
    Isto não é jornalismo é publicidade às redes sociais
    O NM ajuda assim ao fim do jornalismo sério

  14. Há de tudo. Se a senhora, uma jovem, ainda, conseguiu resultados, utilizando.estes meios com um adolescente, pois que assim continue, com regras e amor firme. Conheço casos em que mães que “se viraram ao contrário” para criar filhos, muitas vxs sozinhas, não lhes faltando com nada e quase dando e/ou trocando a sua vida por eles e pela deles, que quando deram conta (um pouco tarde!) qual foi retorno? Os filhos cresceram e tratam a mãe com “duas pedras na mão, como se a mãe fosse uma má pessoa, como se a mãe lhes devesse este mundo e o outro. descarregando, aos berros, as suas frustrações sobre a mãe, e abandonando-a, literalmente, em momentos mais sensíveis. O cérebro humano deve estar a sofrer transformações no que toca a sentimentos, afetos, respeito, gratidão.
    Que essas mães ainda vão tempo de mostrar aos filhos o que e uma mãe! É assustador!

  15. Parabéns pra essa mãe,! Agiu certíssimo! Tem que ensinar aos filhos a importância da gratidão, ao amor, e ao respeito aos pais.

  16. Eu sei muito bem o que essa mãe passou. O meu tem 17 anos e a sete meses arrumou outros amigos e ele mudou completamente ficando agressivo verbalmente, com falta de respeito perante os pais, abandonando seus estudos não pensando em seu futuro profissional, não cuidando de se, não se alimentando corretamente, ficando fora de casa por várias horas (na casa do que diz ser seu amigo.e sua família), indo dormir na casa dele sem nosso consentimento e só dirigindo a nós para pedir para comprar os objetos para satisfazer a ele e aos amigos. Já estou doente de tanta impotência diante desse seu comportamento infantil e sem propósito nenhum. Tenho um outro filho de 10 anos que fica cheio de bloqueios e com muita ansiedade pois diz ter um irmão que não o encherga e ainda absorve toda minha dor pois convive diariamente com os sofrimentos. Já busquei todas as ajudas possíveis e fiz tudo que acho que deveria fazer e de nada adianta. Não sei mais o que fazer. Agradeço a Deus por ele não ter vício de bebidas e nem fumo e peço a Ele todos os dias que faça com que meu filho saia desse mundo fictício e que amadureça e volte para realidade da vida!

  17. É assim mesmo. Quando me separei do psi fos meus filhos, um deles nunca me perdoou. Dusse que queria ficar comigo, porque lge pareceu mais confortável e favorável aos seus interesses de adolescente. Mas a minha vida passou a ser um inferno porque ele sempre se identificou muito mais com o pai, e contava ao pai todos os meus passos, tudo o qye se passava na minha casa. Eu tinha um big brother em casa. Um ser totalmente manipulado pelo pai e completamente contrariado por viver comigo, embora tivesse sido opção dele. Em agosto de 2021, eu dei um basta na situação. Eles foram passar férias juntos e eu disse-lhe depois de ele sair que já não iria voltar mais para casa. Mudei a fechadura da porta e nunca mais lhe permiti que voltasse. Chorei muitas vezes na almofada achando-me a mãe mais cruel do mundo…..mas com o tempo, solidifiquei a minha escolha, acabou-se o arrependimento e só me arrependo de não o ter feito mais cedo. A partir de uma certa altura, os filhos não são nossos, são do mundo e das suas próprias escolhas. E devem viver a
    vida sabendo que quem semeia ventos, pode colher tempestades. Têm que ser responsáveis e estar à altura das consequências dos seus atos. E nós pais devemos colocar a emoção de parte e agir com a cabeça, para que eles se tornem seres humanos responsáveis, maduros e fortes e não monstrinhos caprichosos e insuportáveis. Criar um filho tem que ter sempre um grande equilíbrio entre amor e disciplina. E filho não vem com livro de instruções!

  18. Eu fiquei sozinha com as minhas filhas tinham elas 1 e 6 anos. Foi muito duro conseguir meter comida na mesa, ter água ou eletricidade todos os meses. Elas sabem, pois foi também duro para elas. Mas penso que se o pai delas tivesse ajudado eu não teria tido tanta dificuldade. No entanto agora com 22 e 17 decidiram que eu não presto porque não lhes dou tudo o que elas querem, e foram morar juntas sozinhas e deixaram de me falar. Sempre estive com elas quando precisaram, o pai nunca levou nenhuma ao médico, nunca lhes deu presentes de natal ou aniversário, ainda deve as pensões alimentares de vários anos, nunca quis saber se estavam realmente bem… mas elas nunca deixaram de lhe falar, mesmo que não o vejam pessoalmente há 10 anos. É triste os filhos não valorizarem o nosso esforço e acharem sempre que deviamos dar mais. Há uma coisa que não se ensina as pessoas, é que todos estamos no mesmo barco, independentemente da idade, todos lutamos muito para ter as coisas. Mesmo quando temos filhos, somos iguais a eles, no caso de algo correr mal, precisamos igual a eles.

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