O Festival de Cinema de Gotemburgo está a convidar um cinéfilo para a passar sete dias numa ilha deserta. A companhia? Filmes e o Mar do Norte.
O Festival de Gotemburgo, na Suécia, está a organizar um festival de cinema muito diferente do convencional. Numa altura em que o mundo se vê a braços com uma pandemia, o distanciamento social é levado ao extremo pela organização do evento, escreve a CNN.
Para a edição 2021, os organizadores decidiram levar a cabo um processo de seleção para escolher um cinéfilo que será levado para a ilha deserta de Pater Noster, onde terá acesso aos filmes do Festival. As sessões acontecem num cinema improvisado no farol local, onde existe atualmente um hotel de luxo.
O escolhido “terá tudo o que precisa: ótima comida, ótima bebida, uma boa cama. Não é uma questão de sobrevivência”, explicou Jonas Holmberg, diretor artístico do evento.
No entanto, não são permitidos telemóveis, computadores, nem sequer livros. “O escolhido pode ver as ondas do Mar do Norte e os próprios filmes. Os candidatos precisam de ser cinéfilos e de concordar com a gravação de um videoblog diário sobre a experiência”, acrescentou o responsável.
Além disso, os candidatos “precisam de estar emocional e psicologicamente preparados para passar uma semana neste tipo de isolamento”.
Depois da primeira fase, os selecionados terão de realizar entrevistas individuais com os organizadores do evento antes da derradeira escolha. Esta edição especial tem como objetivo refletir sobre a situação que vivemos atualmente com a pandemia de covid-19.
“Percebemos que ecoaram novos tipos de filmes durante o período da quarentena. Os filmes adquirem um novo significado. Uma cena onde pessoas abraçam um desconhecido parece muito diferente no momento em que o espectador não pode fazer o mesmo”, sustentou Jonas Holmberg.
Paralelamente, o Festival de Gotemburgo fará outras duas exibições exclusivas de filmes para um só cinéfilo: no Scandinavium, o maior estádio de hóquei da cidade que tem capacidade para 12.000 pessoas, e no Draken Cinema. À exceção destes três locais, o Festival será totalmente virtual.
“Vai ser uma experiência estranha, fazer uma sessão de gala para uma única pessoa, mas isso também faz parte do novo mundo em que vivemos – quando estes lugares famosos por estarem sempre lotados de pessoas, e cheios de vida, se encontram vazios de repente”, rematou o organizador.