Hospitais querem fechar urgências a doentes que cheguem por iniciativa própria

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Mário Cruz / Lusa

Responsáveis de hospitais no Porto e Gaia defendem que o acesso às urgências deve ser travado a quem lá chega por iniciativa própria, sem referenciação.

As urgências dos hospitais continuam com problemas de excesso de afluência, em grande parte causada por um grande número de pacientes de pulseira azul e verde. No Hospital de São João, no Porto, repetiu-se o pior dia desde 2009, e em Gaia, atingiu-se o “pico dos picos” de toda uma década, avança o JN.

Esta segunda-feira, o São João registou 981 atendimentos nas urgências, sendo que 400 deles foram triados com pulseiras azuis ou verdes. Isto significa que deviam ter sido atendidos nos centros de saúde e não nas urgências.

Por sua vez, as urgências do hospital de Gaia registaram 736 atendimentos. “É impossível gerir um Serviço de Urgência assim”, assume o presidente do Conselho de Administração do hospital, Rui Guimarães.

Em declarações ao matutino, responsáveis dos dois hospitais dizem que “é imprescindível regular o acesso”. O objetivo é barrar o acesso aos doentes pouco ou nada urgentes que chegam por iniciativa própria, sem referenciação da linha SNS24, dos cuidados primários ou do INEM.

Desde janeiro, o hospital de Gaia já soma cerca de 32 mil urgências, das quais 27 mil ocorreram por iniciativa própria do doente.

“É preciso coragem para impor regras, para ir além dos projetos-piloto”, atira Rui Guimarães, que argumenta que é importante que as pessoas percebam que o objetivo é proteger os doentes graves.

Como tal, Rui Guimarães sugere vedar os serviços de urgência a quem não tem referenciação ou então exigir o copagamento do utente.

“É imprescindível regular o acesso, não podemos continuar com esta barbaridade de termos 900 doentes por dia”, concorda O diretor da Unidade Autónoma de Urgência e Medicina Intensiva do Hospital de São João, Nélson Pereira.

ZAP //

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4 Comments

  1. há já muito tempo que deveria ter sido implementado um esquema qualquer para disciplinar e controlar esta mania do tuga de ir a correr para as urgencias do hospital por qualquer constipação, dor de cabeça ou arranhão! eu já tenho quase 60 anos e nunca fui a uma urgencia hospitalar…

  2. Da forma como o atendimento está nos Centros de Saúde e se esta lei avançar, ou seja, tem de ter indicação por parte Centro de Saúde a que está afeto, vai morrer muita gente, a menos que…?

  3. Qual a outra solução? Que fazer se a meio da noite a criança tem um ataque de asma?…
    Para que serve a triagem?… ( caso não seja doente urgente, mandam-no embora e assumem essa decisão)
    Agora querem impedir o acesso aos cuidados de saúde de maneira arbitrária, acho que não é correto.
    As administrações hospitalares e seus quadros têm de arranjar uma solução mais humanista que é para isso que existe o SNS.

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