FC Porto e Santa Clara, Benfica e Rio Ave: os critérios diferentes dos árbitros

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MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Victor Braga expulso no Benfica-Arouc

Momentos iguais ou jogadas parecidas originaram decisões distintas, no fim-de-semana do futebol nacional.

A I Liga e a II Liga do futebol português avançaram para a segunda jornada e, entre outros factos, verificaram-se critérios diferentes das equipas de arbitragem perante situações semelhantes, ou mesmo iguais. Os quatro jogos em causa são: Benfica-Arouca e Farense-Rio Ave, e Famalicão-FC Porto e Santa Clara-Moreirense.

Seguindo o calendário, o primeiro caso aconteceu na Luz. O momento mais insólito da jornada, e muito provavelmente um dos mais insólitos da temporada: Victor Braga, guarda-redes do Arouca, viu a bandeira do árbitro assistente a assinalar fora-de-jogo e, por isso, pensou que o jogo estava parado; atirou a bola para o chão, para uns metros à frente – mas o jogo não estava parado, Yaremchuk aproveitou e o guarda-redes acabou expulso por tocar com a mão na bola fora da área.

Numa das repetições televisivas, vê-se que o árbitro principal Manuel Mota, quando viu que o guarda-redes estava pronto para marcar um livre, ainda teve o impulso de levar o apito à boca. Mas travou esse movimento e começou a correr na direção da bola, tal como vários jogadores.

Reação diferente teve o árbitro do encontro entre Farense e Rio Ave. A situação não foi igual mas foi parecida: o Farense marcou um livre dentro da sua área, a bola bateu em Pedro Mendes (o avançado do Rio Ave tinha-se colocado à frente do adversário de propósito) e ressaltou para trás, para perto da linha de fundo, mas ainda dentro das quatro linhas; o árbitro deu sinal – várias vezes – para o jogo continuar.

No entanto, Otávio Gut, defesa do Farense, pensou que a partida estava interrompida e pegou na bola com a mão para colocar a bola onde estava segundos antes, para a marcação de novo livre. O jogo não estava interrompido mas, aí, o árbitro Tiago Martins apitou e assinalou realmente novo livre para o Farense. Os jogadores do Rio Ave protestaram muito, pediram grande penalidade porque sabiam que, quando Gut pegou na bola com a mão, o jogo estava a decorrer, mas o árbitro manteve a sua decisão.

Em Famalicão, houve golo caseiro já no período de compensação (sete minutos foram anunciados) da segunda parte. O golo viria a ser anulado por fora-de-jogo, numa decisão do vídeoárbitro que manteve o jogo parado durante pouco mais de dois minutos. Apesar dessa paragem prolongada, o árbitro Nuno Almeida não prolongou o duelo e, quando se completaram os sete minutos de compensação, o jogo acabou.

Logo a seguir, no Santa Clara-Moreirense, várias coincidências: uma grande penalidade para a equipa açoriana e respetiva revisão interromperam o jogo, curiosamente durante dois minutos e curiosamente durante os descontos do segundo tempo (igualmente de sete minutos). No entanto, e devido à paragem, neste caso o árbitro David Silva prolongou a partida e, aos 99′, o Moreirense chegou ao empate (2-2). O jogo acabou pouco depois dos 100 minutos.

Nuno Teixeira, ZAP //

2 Comments

  1. O critério é bem simples: aplica-se a lei de igual modo para todos. Excepto quando estiverem em acção três clubes. No caso daquele que apoio (Benfica), embora regular do ponto de vista legal a expulsão, já que a indicação do assistente tem de ser validada pelo árbitro principal, penso que, quanto mais não seja por uma questão de desportivismo, os jogadores do SLB não deveriam ter aproveitado. Sem prejuízo de, o árbitro poder perfeitamente ter apitado quando se apercebeu do equívoco do Guarda-redes do Arouca e travado o lance. Penso eu de que…

  2. A lei é simples: Benfica, Porto e Sporting não podem ser prejudicados em caso de dúvida, porque senão o árbitro é massacrado durante semanas e corre o risco de prejudicar a sua carreira.

    Todos os outros clubes: aplica-se a lei como calha, é indiferente, porque ninguém quer saber se algum clube que não Benfica, Porto ou Sporting foi prejudicado.

    Bem-vindos ao (muito triste) futebol Português.

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