FC Porto vende direitos do Estádio a espanhóis (a 9 dias das eleições). “Porquê a pressa?”

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visitporto / Flickr

Estádio do Dragão

O FC Porto acordou a venda de 30% dos direitos de exploração comercial do Estádio do Dragão a uma empresa de investimento espanhola. O acordo é por 25 anos e André Villas-Boas, candidato à presidência do clube, questiona o negócio a 9 dias das eleições.

O acordo económico com a sociedade de investimento Ithaka foi comunicado pelo FC Porto à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A parceria é válida para os próximos 25 anos e o FC Porto vai receber 65 milhões de euros pela cedência de 30% dos direitos económicos do Estádio do Dragão.

Estão em causa patrocínios, receitas de bilheteira, mas também os direitos de naming do Estádio, bem como visitas ao espaço e ao Museu do clube, e ainda a organização de eventos como concertos.

Quanto aos 65 milhões que vai receber, o FC Porto vai investir 30 milhões no próprio Estádio do Dragão, enquanto os restantes 35 milhões vão ser usados para aumentar a competitividade do clube, refere-se no comunicado enviado à CMVM.

“A aliança estratégica deverá aumentar significativamente as receitas do Estádio do Dragão” devido à “experiência única da Ithaka” e aos “investimentos que serão efectuados para melhorar o Estádio do Dragão”, realça-se ainda no documento.

Villas-Boas fala em “sinal revelador” e preocupante

André Villas-Boas que é candidato à presidência do FC Porto contra Pinto da Costa, o actual líder do clube, critica o momento escolhido para concretizar este negócio.

“Porquê a pressa?”, questiona o ex-treinador em declarações divulgadas pela SIC Notícias. “A venda de 30% de direitos comerciais do FC Porto custa-nos muito”, diz.

“Apesar de o parceiro ser bom, isto é um indicador de falência operacional e de encaixe“, acrescenta.

“Quando se vende algo sem necessidade, ou é por incompetência ou é por necessidade operacional“, considera ainda Villas-Boas. “É um sinal revelador que nos preocupa”, conclui.

No comunicado enviado à CMVM, a administração liderada por Pinto da Costa vinca o “potencial transformador” da parceria, salientando que visa embolsar “outras receitas presentes ou futuras” ligadas ao Estádio do Dragão.

O documento realça ainda que, após o prazo de 25 anos, “o clube recupera 100% dos direitos económicos do estádio”.

O FC Porto vai manter o controlo e a gestão sobre as operações do Estádio do Dragão, bem como a propriedade total do mesmo ao longo da parceria.

O negócio conta com o “apoio operacional” da companhia norte-americana Legends, junto da qual os ‘azuis e brancos’ tinham celebrado um acordo para a exploração daquele recinto em Novembro de 2023.

Eleições para a presidência do FC Porto daqui a 9 dias

O acordo foi anunciado a nove dias das eleições do FC Porto rumo ao quadriénio 2024-2028.

Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato seguido, desde 1982, detendo o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.

As eleições dos órgãos sociais do FC Porto são disputadas por três candidatos: Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B), antigo treinador do clube, e Nuno Lobo (C), empresário e professor.

A eleições vai ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).

Lista de Pinto da Costa acusa “vice” de apoiar Villas-Boas

Nas vésperas das eleições, surge também um diferendo interno na administração de Pinto da Costa. Isto porque a lista do presidente “descobriu uma ligação” entre
André Villas-Boas e a sociedade de advogados (CCSM) de Adelino Caldeira, actual vice-presidente e administrador da SAD e ex-braço-direito de Pinto da Costa.

Esta informação é avançada pelo Correio da Manhã que nota que “teve acesso a uma procuração assinada pelo ex-treinador, dando plenos poderes à sociedade que tem Caldeira como um dos principais sócios”.

“André Villas-Boas contratou, em 2021, a advogada Joana Pinto Coelho, sócia de advogados na CCSM, para o representar num processo laboral, com desfecho positivo”, revela ao jornal uma fonte oficial da Lista B que é encabeçada por Pinto da Costa.

Mas “em nenhum momento, Adelino Caldeira foi seu advogado ou representante, nem neste processo nem em qualquer outro”, esclarece a mesma fonte.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. está a pensar dar as ultimas por isso faz os ultimos acordos para garantirem mais um bocado de “máma” para ele e os amigos…
    O mesmo se passa com a Academia… tudo feito à pressa… para a comunicação social ver e para as eleições mas so deitaram arvores abaixo… certamente se perder depois quem ganhar vai ter muito que pagar para reverter negócios ou cancelar estes…

  2. Ha comissões nestas negociatas e quem fizer os negócios é que as recebe, Pinto da Costa sabe que já perdeu e está a tentar aproveitar ao maximo. Um presidente que não foi corrido do clube por corrupção que todos os agentes desportivos, autoridades e o publico em geral sabe, mas caiu de podre, num discurso repetitivo e sem sentido, onde quando perde atira contra tudo e contra todos, mas não se olha ao espelho, onde a corrupção, as negociatas e tudo o resto deixaram um clube que vendia milhões em jogadores todos os anos na falencia .

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