Treinador e direcção do clube desiludidos com Sánchez, Jaime, Franco e Martínez. Todos foram encostados.
Há quem diga que esta temporada é a pior do FC Porto desde que Sérgio Conceição chegou, em 2017.
Ainda pode conquistar a Taça de Portugal, esteve nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, mas o foco da equipa, o campeonato, está a correr mal: divide o 3.º lugar com o Sporting de Braga, até pode descer já na próxima ronda para o 5.º posto.
O título já não é assunto. Aliás, se o Sporting vencer mais logo em Famalicão, o FC Porto está mesmo fora da luta pelo primeiro lugar, matematicamente. Fica a 18 pontos dos “leões” quando só faltam cinco jornadas.
As exibições no campo têm andado pouco satisfatórias, ansiosas, tremidas.
Mas a “tremideira” também se verifica fora dos jogos: problemas na Assembleia-Geral, agitação por causa das eleições deste mês e, agora, quatro jogadores do plantel principal foram dispensados.
De acordo com o jornal Record, Iván Jaime, Toni Martínez, Jorge Sánchez e André Franco foram afastados por Sérgio Conceição.
O quarteto está a treinar à parte porque desiludiu, quer o treinador, quer outros elementos da estrutura.
Estará em causa o desempenho em campo de todos. Apenas André Franco terá hipóteses de ainda voltar a ser convocado.
Em causa, pelo menos parcialmente, estão também a diversão e a boa disposição protagonizadas por Iván Jaime e Jorge Sánchez na última jornada, depois do empate (2-2) com o Famalicão. O ambiente era tenso, de desilusão, mas os dois jogadores estiveram a divertir-se logo a seguir, algo que não agradou à direcção.
Nenhum dos quatro futebolistas “encostados” é titular indiscutível no Dragão. Mesmo assim, cada um já jogou no mínimo 23 vezes nesta temporada. Iván Jaime foi utilizado mais vezes, em 29 jogos, embora raramente tenha sido titular.
A lista de baixas recentes aumenta porque Diogo Costa está lesionado. O guarda-redes tem uma rotura muscular, do músculo pectíneo esquerdo, e provavelmente não vai jogar até quase ao final do mês. Mas ainda poderá regressar a tempo de defrontar o Sporting no dia 28.
Sérgio explica
Em conferência de imprensa, Sérgio Conceição foi questionado sobre o assunto: “Há uma coisa que para mim é muito importante, tem de se dizer e digo sempre: para se jogar no FC Porto não basta ter contrato, é preciso algo mais. Quando for assim, estamos todos de acordo. Toda a gente é inteligente para perceber o que quero dizer”.
Mais à frente, quando se falou sobre as palavras duras do “envergonhado” Diogo Costa após o jogo com o Famalicão, o treinador – aparentemente – voltou ao caso dos quatro afastamentos.
“Depois de uma derrota – para mim um empate é uma derrota – eu venho para aqui com o intuito de trabalhar muito e muito sério. Obviamente mais introspectivo, mais desiludido, mais triste, não venho para aqui a rir-me para o Olival“.
E repetiu: “É isso que é importante que as pessoas percebam que é representar o FC Porto”.
Fair Play Financeiro (outra vez)
O mesmo jornal avança que o FC Porto não cumpriu as regras do Fair Play Financeiro da UEFA, entre Outubro de 2023 e Janeiro de 2024.
As sanções da UEFA podem ser pesadas: multa de 2 milhões de euros, com a pena mais grave (embora menos provável) de exclusão das competições europeias.
No geral, deve voltar a haver vigilância apertada no Dragão.
Esta notícia surge depois de ter sido anunciado um lucro de 35 milhões de euros no primeiro semestre da época.
(artigo actualizado às 13h24)
No reino da corrupção, quando não se ganha a culpa tem de ser de alguém, tenta-se os arbitros, tenta-se a imprensa, tenta-se o canditado à presidência, se nada resultar culpa-se os jogadores do plantel. Mas olhar para dentro e para os erros próprios, isso nem pensar .