FC Porto 4-1 Boavista | A noite de luxo que faltava a Evanilson

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Triunfo natural do FC Porto no dérbi da Invicta ante o Boavista, por 4-1. Jogo durinho, bem disputado, com grande superioridade dos “azuis-e-brancos” desde o primeiro minuto e com especial incidência na primeira parte.

Muita bola, remates, acções na área contrária e golos, com os dois avançados, Evanilson e Mehdi Taremi, em evidência (mas também um “puto” em estreia).

Os “axadrezados” raramente importunaram a baliza de Diogo Costa, mas marcaram através de um tento estupendo de Hamache. Para Sérgio Conceição, uma dor de cabeça, lesões de Matheus Uribe e Iván Marcano, este a terminar o jogo em grandes dificuldades, mas também a satisfação de completar um ano sem derrotas na Liga portuguesa.

Desde o início que o Porto pegou na bola e praticamente não a deixou chegar aos “axadrezados”.

Os homens da casa dominaram de tal forma que os visitantes praticamente não saíam do seu terço defensivo, sentido grandes dificuldades, inclusive com problemas físicos, pois Reggie Cannon lesionou-se e teve de ser substituído logo aos 18 minutos por Pedro Malheiro.

Logo a seguir, Luis Díaz surgiu na área, entre os defesas, a cabecear para o 1-0, assistência de João Mário.

Por volta da meia-hora o Porto tinha dez remates, sete enquadrados, um golo, incríveis 78% de posse de bola, 15 acções com bola na área boavisteira e o jogo completamente sob controlo.

As “panteras” não tinham remates, nem acções com bola na área portista. Mas em cima dos 30 minutos, no primeiro ataque, golo do Boavista, com Hamache a rematar forte de fora da área para um tento de belo efeito.

Apesar de o Boavista se ter soltado um pouco mais a partir daqui, aos 41 minutos Taremi assistiu de forma primorosa Evanilson para o 2-1. Resultado normal, tal como o MVP da 1ª parte, o guarda-redes iraniano Alireza Beiranvand, com 7.4, fruto de seis defesas.

Segundo minuto da segunda parte e o 3-1 a chegar. Um lance em tudo semelhante ao 2-1, com Taremi a isolar Evanilson e este a facturar. Tudo fácil, tirando aos 54 minutos, momento em que saiu Uribe, lesionado, entrando Sérgio Oliveira.

O golo madrugador desta etapa complementar tirou um pouco de ímpeto aos “dragões”, cientes da vantagem importante e da relativa inoperância ofensiva dos boavisteiros.

O jogo passou a ser um pouco mais mastigado e confuso, mas tempo ainda para a entrada do inglês de 21 anos, Danny Loader, nos “azuis-e-brancos”, que bem dentro dos descontos assinalou uma estreia de sonho na equipa principal com o 4-1 final.

Melhor em Campo

Evanilson. O jovem brasileiro chegou a Portugal rotulado de grande esperança do futebol brasileiro.

Na época passada, Evanilson foi mostrando alguns apontamentos e golos, e esta época parecia votado às sombras de Taremi e Toni Martínez, mas assumiu a titularidade nos últimos jogos e ante o Boavista fez um jogão, sendo o MVP com um GoalPoint Rating de 8.8.

Foram dois golos em quatro remates, todos enquadrados, um passe de ruptura e ainda três desarmes. Não tivesse desperdiçado uma ocasião flagrante e a nota teria disparado.

Destaques do Porto

Luis Díaz 8.4 – Mais um jogo de enorme qualidade do extremo colombiano. Irrequieto, capaz de criar desequilíbrios em todas as zonas de ataque, Luis Díaz abriu o activo num belo golo de cabeça, fez uma assistência em dois passes para finalização, oito passes ofensivos valiosos, registou o máximo de acções com bola na área contrária (13), completou cinco de dez tentativas de drible e somou cinco conduções aproximativas.

Vitinha 7.0 – O médio portista não sabe jogar mal. É esta a conclusão que tiramos ao vermos actuar o jovem formado no FC Porto. Vitinha rematou três vezes, todas de fora da área, enquadrou duas, falhou somente dois de 77 passes, completou sete de oito longos, fez quatro desarmes e registou o máximo de acções com bola na partida (94).

João Mário 6.8 – Cada vez mais segura a sua posição na lateral-direita, João Mário começou por assistir Luis Díaz no 1-0. Somou dois passes para finalização, um de ruptura, o máximo de cruzamentos (5), fez três desarmes e quatro conduções aproximativas,, segundo registo mais alto.

Matheus Uribe 6.7 – Um dos azarados da noite. No seu jogo número 100 pelos “dragões”, o colombiano estava a fazer um bom jogo, posicionando-se em zonas bem adiantadas, permitindo à equipa pressionar à entrada do último terço, registando três remates, seis passes ofensivos valiosos, nove aproximativos e cinco desarmes. Mas aos 54 teve de sair com uma lesão muscular.

Mehdi Taremi 6.7 – Noite estranha a do iraniano. Autor de duas assistências, em três passes para finalização (e três flagrantes criadas), desperdiçou uma ocasião flagrante e assinou sete maus controlos de bola, máximo da partida. E acabou por sair perto do fim, pois tinha já um amarelo e Sérgio Conceição, certamente, quis evitar a expulsão, dadas as muitas quedas do atacante que o árbitro não encarou como motivos para falta.

Otávio 6.7 – Mais um jogo competente do internacional luso, que registou o máximo de passes para finalização, nada menos que cinco, mais oito passes ofensivos valiosos. Somou seis acções com bola na área contrária e três desarmes.

Pepe 6.6 – Como tem sido hábito, Pepe voltou a mostrar-se no passe, tendo completado 88%. Dos 15 longos que tentou, foi eficaz em nove, realizou cinco variações de flanco e conseguiu o segundo valor mais alto de acções com bola (93). Destaque ainda para oito recuperações de posse e sete acções defensivas.

Zaidu 6.3 – O lateral-esquerdo fez quatro cruzamentos e acertou 56 dos 62 passes que fez. Veloz, integrou-se bem no ataque, com seis tentativas de drible, duas completas, somou o máximo de recuperações de posse (9) e de bloqueios de remate (2).

Iván Marcano 6.1 – O espanhol mereceu os aplausos dos adeptos, pelo sacrifício demonstrado – terminou o jogo em clara inferioridade física. O central acertou 68 dos 72 passes que realizou, seis de oito longos, e fez sete recuperações de posse.

Sérgio Oliveira 6.0 – Entrado para o lugar do lesionado Uribe, Sérgio assumiu o comando do meio-campo e completou 24 de 26 passes, além de realizar sete recuperações de posse.

Danny Loader 5.8 – Tão depressa esta jovem esperança do futebol inglês, de 21 anos, não se irá esquecer deste dia. Formado no Reading, chegou aos “dragões” na época passada para jogar no Porto B. Agora, estreou-se pelo emblema da Invicta e, no primeiro jogo, fez um golo, não tendo chegado a jogar sequer um quarto-de-hora. Promete.

Destaques do Boavista

Alireza Beiranvand 7.3 – O guardião iraniano foi o melhor elemento do Boavista, mesmo tendo sofrido quatro golos. Ao todo somou sete defesas, quatro a remates na sua grande área, e não fosse a sua agilidade e o resultado teria sido bem pior para a sua equipa.

Gaius Makouta 5.2 – O médio congolês conseguiu ser um dos mais esclarecidos da sua equipa, mesmo não tendo conseguido ajudar a suster a pressão portista. Foi dele o passe para o golo de Hamache.

Kenji Gorré 5.0 – O atacante bem tentou aplicar a sua velocidade nas transições, mas pouco ou nada conseguiu, com destaque para um passe de ruptura e dois dribles completos em quatro.

Resumo

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