FC Porto 3-1 Benfica | Águia volta a dançar sob o fogo do dragão

Vira o disco e toca (quase) o mesmo. O segundo clássico no Dragão, entre Porto e Benfica, no espaço de uma semana voltou a cair para o lado portista, desta feita por 3-1.

Os “encarnados” surgiram com uma cara diferente, num novo sistema e até prometeram dominar em alguns momentos.

Mas os “azuis-e-brancos” controlaram sempre as operações, marcaram por duas vezes e de rajada, antes do intervalo (por Fábio Vieira e Pepê), e apesar de terem sofrido golo no arranque do segundo tempo, acabaram por aproveitar a expulsão de André Almeida para “matarem” o jogo, por Taremi, finalmente de volta aos golos.

O Benfica fica agora a sete pontos de Porto e Sporting, perto da viragem de volta.

Foi uma primeira parte muito animada e história quase a repetir-se em relação ao jogo da Taça de Portugal da semana passada.

Desta feita o Benfica entrou melhor do que no outro embate, com mais bola e foi adiando o tento portista, mas os erros foram os mesmos, apesar das mexidas, incluindo tácticas, com a opção pelo 4-4-2.

O Porto, em 4-3-3, voltou a apostar nas bolas para as costas da defesa benfiquista e em movimentos de diagonais, e conseguiram quase sempre enganar as “águias”.

Pepê ainda marcou, lance anulado por fora-de-jogo. Yaremchuk, isolado, falhou perante Diogo Costa, mas na resposta, Fábio Vieira (34′), uma das novidades, entrou pela área e atirou a contar.

Aos 37 foi Pepê, outra novidade, a ampliar de cabeça, após cruzamento de Otávio. Tudo fácil. O brasileiro ex-Grémio, que foi suplente de Everton em Porto Alegre, era o melhor ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 7.0, com um golo e uma ocasião flagrante criada e desperdiçada por Taremi.

A segunda parte começou praticamente com o golo do Benfica, por Yaremchuk, a finalizar facilmente após passe de Rafa.

Mas as esperanças benfiquistas sofreram novo revés aos 49, com a expulsão de André Almeida por duplo amarelo.

Aos 60, Manafá saiu lesionado (na primeira parte já João Mário, lateral portista, havia saído, para a entrada de Manafá) e Sérgio Conceição lançou Jesús Corona.

Gonçalo Ramos esteve perto do empate aos 63 minutos, mas Zaidu evitou, com Diogo Costa batido.

Mas o Porto tem disto, quando as oportunidades surgem, não falha e, aos 69 minutos, Taremi surgiu na cara de Vlachodimos e atirou a contar.

O 3-1 arrumava praticamente com as contas do vencedor, uma vez que o Benfica, com dez, perdera grande parte do pouco controlo que tinha sobre o jogo, e as saídas de João Mário e Rafa tiraram ainda mais clarividência à equipa.

O Porto, esse, viu Otávio falhar de forma escandalosa o 4-1, mas vai para o ano novo a sorrir.

Hugo Delgado / Lusa

Melhor em Campo

Que jogador! Vitinha Ferreira foi o melhor em campo no jogo da Taça e voltou a sê-lo no “clássico” da Liga.

O médio está em todo o lado, a defender, a organizar, com um posicionamento perfeito e uma inteligência que lhe permite ter qualidade em tudo o que faz.

O seu GoalPoint Rating de 7.5 premeia uma assistência, duas ocasiões flagrantes criadas em três passes para finalização, 64 passes certos (máximo de jogo, correspondendo a 96% de eficácia), o máximo de acções com bola (84) e de recuperações de posse (9), e ainda quatro desarmes e três intercepções.

Incrível.

Destaques do Porto

Zaidu 7.4 – Mais um repetente, já tinha brilhado no último clássico para a Taça. O lateral nigeriano foi gigante neste “clássico”, com um punhado de momentos defensivos de relevo. Na frente fez dois passes para finalização, completou duas de três tentativas de drible, e ainda fez oito recuperações de posse e 11 acções defensivas, com destaque para três desarmes, cinco intercepções (máximo) e um corte decisivo que evitou o empate.

Fábio Vieira 7.1 – Um diabo à solta. O médio fez o primeiro golo da noite e espalhou classe, com o máximo de remates (4) e enquadrados (2), e cinco tentativas de drible, duas com sucesso.

Otávio 6.4 – Vão todos lembrar-se daquele falhanço incrível ao cair do pano, a atirar ao lado só com Vlachodimos pela frente. Esse desperdício afectou sobremaneira a nota de Otávio, mas a verdade é que o ala esteve muito bem em todo o jogo, terminando com uma assistência, dois cruzamentos eficazes em três, bem como o máximo de acções defensivas no meio-campo contrário (4) e desarmes (6).

Diogo Costa 6.4 – A qualidade da exibição do guardião portista fica bem vincada aos 33 minutos, quando saiu da baliza para evitar golo de Yaremchuk, pouco antes de Vlachodimos, do outro lado, ser incapaz de fazer o mesmo perante Fábio Vieira. Diogo terminou com três defesas, duas a remates na sua grande área.

Pepê 6.4 – O brasileiro vinha a ser uma contratação de pouco sucesso, mas nesta partida entrou de início e fez um grande jogo. Fez dois golos, um anulado, o que contou foi com um belo golpe de cabeça, fez quatro remates, criou uma ocasião flagrante e somou seis acções com bola na área benfiquista, máximo do jogo.

Uribe 6.4 – Fundamental a roubar a bola e lançar rápidos contra-ataques, o colombiano recuperou sete vezes a posse, fez cinco desarmes e quatro intercepções.

Mbemba 6.3 – O central esteve muito atento. Bem no passe, com nove passes longos certos em 11, ganhou dois de quatro duelos aéreos defensivos e fez dois bloqueios de remate.

Taremi 5.8 – O iraniano voltou finalmente aos golos, ao fazer o terceiro do Porto, mas não sem antes desperdiçar, na primeira parte, uma flagrante que valia 0,6 Expected Goals. Por esse motivo não tem nota mais elevada.

Fábio Cardoso 5.6 – Não brilhou, não complicou, destacando-se com quatro alívios.

Destaques do Benfica

Weigl 6.1 – O melhor das “águias” no Dragão, tal como aconteceu, curiosamente, no jogo da Taça, e com o mesmíssimo rating. Em 47 passes errou apenas dois (96%), recuperou seis vezes a posse de bola e fez três desarmes. Não foi por ele que o Benfica perdeu.

Yaremchuk 6.0 – O ucraniano marcou o golo do Benfica, mas desperdiçou uma flagrante na primeira parte. Terminou com três remates, dois enquadrados.

Gonçalo Ramos 6.0 – Jogo positivo do jovem avançado, que esteve perto de marcar na segunda parte, mas Zaidu não deixou. Fez ainda um passe para finalização e completou duas de três tentativas de drible.

Rafa Silva 5.9 – Bem na primeira parte a aparecer entrelinhas, nem sempre definiu bem, com excepção para o lance em que fez mais uma assistência (a 13ª da época na Liga), para o golo de Yaremchuk. Fez quatro passes para finalização, máximo do jogo, criou duas ocasiões flagrantes e somou seis acções com bola na área contrária.

Vlachodimos 5.7 – Voltamos a Diogo Costa. O portista defendeu um lance em tudo semelhante ao que o grego não conseguiu travar no 1-0. Sofrer dois golos com bola a passar entre as pernas não fica bem a ninguém. Ainda assim o benfiquista fez três defesas.

Vertonghen 5.6 – Bem no passe – oito longos certos em 11, quatro super aproximativos -, o belga ganhou todos os quatro duelos aéreos defensivos e fez dois bloqueios de remate.

Resumo

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