FC Porto 2-2 Sporting | Clássico intenso acaba em cenas lamentáveis

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Foi com um empate a dois golos que terminou o “clássico” entre FC Porto e Sporting.

Os “leões” tiveram uma almofada de dois golos – Paulinho e Nuno Santos foram os marcadores -, os “dragões” ripostaram, reduziram e, já com os visitantes reduzidos a dez elementos, chegaram ao empate, com golos de Fábio Vieira e de Taremi que deixam líder e campeão com uma distância entre ambos de seis pontos.

De cortar a respiração, o embate foi quente, com diversos lances divididos, teve emoção e culminou da pior forma, como inúmeras cenas inqualificáveis…

Voltando ao espectáculo das quatro linhas, o conjunto “azul-e-branco”, que não perde ante o Sporting na Liga há 11 jogos consecutivos – cinco triunfos e seis empates –, viu quebrada a série de 16 vitórias de rajada que levava, porém, não perde no campeonato há 50 partidas.

O Sporting não perdeu nos cinco últimos encontros diante dos da Invicta, somando uma vitória e quatro empates. Na Liga, as duas equipas empataram os quatro desafios que protagonizaram e o Sporting apenas levou de vencida uma das 15 deslocações que fez ao Dragão, na época 2015/16.

Antes do pontapé de saída houve novidades nas escolhas de Conceição e de Amorim. Do lado dos “dragões”, Diogo Costa recuperou a tempo, João Mário substituiu Bruno Costa, Grujic foi trocado por Uribe e Taremi entrou na vaga de Pepê, derivando Fábio Vieira para os corredores.

Nos “leões”, Amorim manteve a aposta em Feddal, Esgaio fez a ala direita em vez do castigado Porro, Ugarte foi a surpresa no lugar de Palhinha e Nuno Santos fez de “Pote”.

Nas quatro linhas, o “clássico” começou a escaldar e assim decorreu nos primeiros 49 minutos. Pertenceram aos anfitriões as primeiras incursões ofensivas – Vitinha e Taremi no primeiro minuto -, fruto de uma pressão alta bem gizada, que ia asfixiando e condicionando a primeira fase de construção leonina.

Porém, os forasteiros foram letais e, ao segundo remate, abriram a contagem, culminando um excelente desenho a explorar os três corredores.

Matheus Reis centrou com precisão e Paulinho sem oposição, nas costas de Mbemba, cabeceou no coração da área para o 0-1. Foi o 12º golo do avançado esta esta época e o nono na Liga.

José Coelho / Lusa

Os campeões passaram a ter mais bola, iam gerindo o ritmo e obrigavam o adversário a um jogo directo pouco eficaz. Já após Mbemba ter impedido o 0-2 aos 20 minutos, o Sporting voltou a ripostar e aumentou a vantagem em mais um desenho com elevada nota artística, que teve critério e qualidade.

Matheus Nunes fez o lançamento, Matheus Reis variou o flanco, Sarabia assistiu e Nuno Santos finalizou. Foi o nono tento do canhoto esta temporada, o quinto no campeonato.

Com os nervos do Dragão em franja, Taremi fez de “garçom” e Fábio Vieira encurtou distâncias com o pior pé, o direito.

O “clássico” estava ao rubro, com alguns excessos à mistura.… Paulinho era o melhor em campo com dois remates, um golo, três duelos aéreos defensivos ganhos em cinco intervenções e um GoalPoint Rating de 7.2.

Uma entrada em falso dos “leões” na etapa final, que viram Coates ser expulso por acumulação de amarelos logo no recomeço por acumulação de cartões amarelos.

Amorim tentou colocar trancas à porta com a entrada de Palhinha na vaga de Sarabia e, à excepção do tiro ao poste de Zaidu (59’), o encontro ia correndo de feição aos lisboetas, que defendiam com um bloco baixo e demonstravam a habitual solidez.

No entanto, o génio de Fábio Vieira desmontou a teia verde e ofereceu o empate a Taremi. Até ao apito final, Adán em dois momentos, mostrou toda a qualidade que tem e decretou o empate final.

Após o derradeiro apito de João Pinheiro, o “clássico” conheceu capítulos que envergonham todos aqueles que amam este desporto, muitas quezílias, diversas expulsões – Palhinha, Tabata, Pepe e Marchesín – e cenas que deixam que em nada dignificam os intervenientes e a Liga Bwin.

Melhor em Campo

O iraniano regressou ao “onze” portista e foi o MVP do encontro com um GoalPoint Rating de 7.8, num duelo em que transpirou, lutou e foi premiado com um belíssimo golo, o 14º até agora e o 12º na prova, a culminar um excelente desenho inventado por Fábio Vieira.

Com enorme disponibilidade, percorreu toda a linha atacante, ora estava na zona central, ora descaia para um dos corredores.

Olhando para a ficha de jogo, o atacante visou o alvo em cinco ocasiões (três tiros enquadrados), marcou um golo, ofereceu o 1-2 a Fábio Vieira com uma assistência, orquestrou três passes para finalização, coleccionou 11 acções com a bola na área adversária, venceu metade dos seis duelos aéreos ofensivos em que interveio e recuperou a posse em cinco ocasiões.

Destaques do Porto

Fábio Vieira 7.3 – Mais uma excelente exibição do médio, que foi o “maestro” portista na noite desta sexta-feira. Sempre de cabeça levantada, tentou dar critério aos ataques da equipa, demonstrou veia goleadora e ainda vestiu a pele de assistente, retribuindo a gentileza a Taremi. Das acções do camisola 50 salientamos, ainda, os oito passes valiosos realizados, sete passes aproximativos, quatro conduções aproximativas e quatro faltas sofridas.

Evanilson 6.1 – O avançado não fez nenhum remate, mas foi importante na pressão que exerceu sobre a primeira linha dos “leões”. Sai de cena com três passes valiosos, seis passes valiosos e três faltas sofridas.

Zaidu 6.0 – Em cima dos 60 minutos lançou um “míssil” que os ferros travaram. Mais afoito na etapa final, o nigeriano realizou quatro conduções aproximativas, três acções defensivas no meio-campo adversário, oito recuperações de bola e três desarmes.

Otávio 5.9 – O médio não teve muito espaço para brilhar – apenas um remate, 24 perdas de bola -, tendo criado cinco passes valiosos, seis passes aproximativos, 88 acções com a bola e fez quatro desarmes.

Mbemba 5.9 – O central viu Paulinho fugir na jogada do 0-1, registou 11 perdas de bola e fez dois desarmes.

Vitinha 4.9 – O estratega começou o jogo com tudo, obrigando Adán a defesa apertada logo a abrir, mas foi “engolido” pela manobra contrária. Além dos três remates que fez, perdeu a bola em 11 ocasiões e registou dois maus controlos de bola, e numa das situações ia oferecendo o “ouro” a Paulinho (4′).

Pepe 4.6 – Expulso já depois do jogo ter acabado. Falhou quatro passes de risco, registou nove perdas da posse e 10 recuperações do esférico.

José Coelho / Lusa

Destaques do Sporting

Paulinho 6.5 – Marcou, lutou e acabou por sair cedo, aos 62 minutos, fruto das circunstâncias. Mas enquanto esteve em campo, justificou a confiança que Amorim deposita nele. O ponta-de-lança venceu ainda três dos cinco duelos aéreos defensivos em que interveio.

Feddal 6.4 – Boa exibição do marroquino, que foi o rei dos alívios (10 no total), tendo ainda bloqueado dois passes/cruzamentos e apenas perdeu um de três duelos aéreos.

Sarabia 6.2 – É certo que não marcou pelo quinto jogo seguido, mas o espanhol foi um dos melhores em campo e só saiu cedo devido à expulsão de Coates. Na retina, fica a assistência para o 0-2 de Nuno Santos, as duas faltas que sofreu e os dois passes para finalização que inventou.

Ricardo Esgaio 6.1 – Exibição sólida do ala direita: dois passes valiosos, cinco recuperações de bola, cinco desarmes e duas intercepções.

Adán 5.7 – Sem culpas nos dois golos sofridos, o espanhol voltou a ser determinante com cinco intervenções, três das quais em remates feitos na área.

Ugarte 5.2 – O uruguaio ocupou a vaga do habitual titular Palhinha. Começou nervoso, mas foi acalmando com a passagem dos minutos. Contabilizou dez recuperações de bola, 15 perdas da posse e quatro intercepções.

Resumo

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