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FC Porto 0-2 Chelsea | Frieza inglesa congela o dragão

Jose Manuel Vidal / EPA

O FC Porto está em desvantagem na luta por uma presença nas meias-finais da Liga dos Campeões.

Na noite desta quarta-feira em Sevilha (casa emprestada), os “dragões” congelaram perante a frieza do Chelsea e perderam por 2-0.

O emblema da Invicta liderou quase todos os índices – remates, cantos e ocasiões criadas –, mas pecou no momento da finalização e acabou por ser punido duplamente primeiro num remate de Mason Mount e a fechar por Ben Chilwell.

A segunda mão destes quartos-de-final da Champions vai decorrer na próxima terça-feira, novamente no Ramón Sánchez Pizjuán.

 

O jogo explicado em números

  • Face aos castigos de Sérgio Oliveira e Taremi, Sérgio Conceição apostou em Grujic e Luis Díaz, abdicando do habitual 1x4x4x2 e escolhendo um 1x4x2x3x1 versátil. Em relação à equipa que foi goleada (2-5) no passado sábado diante do West Bromwich Albion, Thomas Tuchel “riscou” cinco nomes: Thiago Silva, Zouma, Marcos Alonso, Ziyech e Pulisic, entrando no “onze” Rudiger, Andreas Christensen, Ben Chilwell, Mason Mount e Kai Havertz.
  • O Chelsea tinha mais posse de bola – 70% versus 30% –, mas quem criou o lance mais perigoso foram os “dragões”. Aos 12 minutos, Uribe atirou com força e viu a bola sair um pouco por cima do alvo. E instantes depois, Zaidu, já no interior da área contrária, falhou um centro que poderia ser perigoso.
  • E os “azuis-e-brancos” não baixaram a guardar e voltaram a gerar perigo num curto espaço de tempo. Primeiro, Otávio quase enganava Mendy na sequência de um canto directo e, no seguimento do lance, Zaidu não acertou na baliza. Os primeiros quatro remates do jogo pertenceram todos aos lusos. Entrada em cena personalizada dos portistas, que defendiam num 1x5x4x1 e conseguiam limitar o raio de acção dos influentes Kovacic e Jorginho.
  • Primeira meia-hora de bom nível dos portistas, que conseguiam reduzir o espaço de manobra dos “blues” nas zonas de perigo e atacavam com velocidade, inteligência e perigo, não obstante terem a bola menos tempo. Neste período, Zaidu era quem acumulava a melhor avaliação, com 5.8, graças a um remate, duas acções com a bola na área londrina, 20 acções com o esférico e três desarmes.
  • Porém, a resposta inglesa foi fria e letal. No primeiro remate da equipa, Mount aproveitou um passe de Jorginho, um posicionamento defeituoso de Zaidu e uma má abordagem de Marchesín para “fuzilar” o fundo das redes e abrir a contagem do marcador, assinalava o relógio 32 minutos.
  • Até ao intervalo, os campeões nacionais ainda tentaram ripostar, mas Mendy mostrou reflexos rápidos e defendeu um cabeceamento de Pepe.
  • A diferença ao intervalo esteve na eficácia. De nada valeu ao FC Porto ter terminado a primeira metade com mais remates – oito contra um -, cantos – sete contra dois – e situações de perigo construídas.
  • Bastou à equipa de Thomas Tuchel um tiro ao alvo para fazer a diferença e chegar ao descanso em vantagem.
  • Otávio era o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.3. O médio brasileiro esteve sempre ligado à corrente e foi um dos principais impulsionadores da equipa, quer em termos defensivos, quer a atacar.
  • Gizou três passes para finalização, quatro passes valiosos, dois cruzamentos, três passes progressivos certos, 40 acções com a bola, dois desarmes e sofreu três faltas. Os únicos pecados foram as 11 vezes em que perdeu a posse e os três maus controlos de bola registados.
  • Descaído sobre o lado direito, Marega ganhou na profundidade a Rudiger, mas não conseguiu derrubar um “muro” chamado Mendy. E aos 57 minutos, Luis Díaz quase empatou. Duas grandes oportunidades criadas pelo ataque luso, que já tinha dez remates (três enquadrados) contra três dos visitantes, o último dos quais realizado por Rudiger que obrigou Marchesín a uma defesa incompleta.
  • À passagem dos 75 minutos, o FC Porto carrilava 47% dos ataques pelo corredor esquerdo, 17,1% pela zona central e 35,9% pelo flanco direito. Os comandados de Sérgio Conceição registavam, ainda, 40% da posse, 12 remates (cinco enquadrados) nove cantos e 295 passes feitos (232 certos e eficácia de 79%). Por seu turno, o Chesea tinha quatro remates (metade no alvo), quatro cantos, 60% da posse e 451 feitos (384 bem direccionados e uma eficácia de 85%).
  • Num contragolpe a sete minutos dos 90, Pulisic fugiu da marcação pela direita e atirou a bola com estrondo à barra. Depois do primeiro aviso, chegou mesmo o golo dos ingleses, segundos depois. Corona, que recuou no terreno depois da saída de Manafá, perdeu a bola em zona proibitiva e estendeu uma “passadeira azul” a Chilwell, que serpenteou Marchesín e decretou o 0-2 aos 85 minutos.
  • Em suma, colectivamente os “azuis-e-brancos” foram superiores em grande parte do tempo, mas cometeram dois erros que as individualidades do adversário souberam materializar. Este foi o nono confronto entre as duas formações e a sexta vez que a vitória sorriu ao Chelsea, que registou duas derrotas e um empate. A equipa portuguesa somou o primeiro percalço esta época em casa após três vitórias e um nulo ante o Manchester City.

 

O melhor em campo GoalPoint

No espaço de poucos meses, o internacional senegalês fez esquecer os muitos milhões que os “blues” gastaram na contratação do contestado Kepa.

Ágil e sereno, Mendy transmite outra tranquilidade à equipa e sempre que é chamado a intervir, quase nunca vacila. Hoje esteve em destaque e travou as investidas “azuis-e-brancas” em momentos-chave.

A abrir, esteve atento e estragou a “ratice” de Otávio, que quase fazia um “golo olímpico”; à beira do intervalo, travou um cabeceamento de Pepe e, logo a abrir a etapa complementar, defendeu um remate de Marega.

Ao todo registou cinco defesas, todas no interior da área. Além disso, fez um alívio e falhou apenas dois dos 20 passes que fez. Por tudo isto, foi o MVP da partida com um GoalPoint Rating de 7.4.

 

  • Otávio 7.1 – Enquanto teve “gasolina no depósito” não parou um instante. Agitador, foi a melhor unidade dos portistas, com uma ocasião flagrante criada, quatro passes para finalização (máximo no encontro), 70 acções com o esférico, três desarmes e cinco faltas sofridas.
  • Chilwell 6.9 – Teve muito trabalho para travar Manafá e Corona, mas aproveitou uma falha do mexicano para dilatar a vantagem forasteira no único remate que fez. Defensivamente foi autor de quatro alívios, bloqueou três passes e sofreu quatro faltas.
  • Mount 6.4 – Na primeira vez que teve espaço, desferiu um tiro certeiro que abriu a contagem. Nos 77 minutos em que actuou, acumulou ainda três passes valiosos, três acções com a bola na área portista e sofreu duas faltas.
  • Grujic 6.3 – Não tem as mesmas características que Sérgio Oliveira, mas não comprometeu, demonstrando que é uma peça útil no plantel. Do registo, a realçar os três passes progressivos realizados, 47 acções com bola, não falhou nenhum dos três dribles tentados e esteve imbatível nos cinco duelos aéreos defensivos em que interveio.
  • Manafá 6.0 – Uma das figuras do dia nas redes sociais, o lateral-direito, que esta quarta-feira cumpriu o 100º jogo oficial de dragão ao peito, foi um elemento importante na pressão imposta pela equipa nortenha na segunda metade, tendo feito dois passes para finalização que Marega e Luis Díaz não conseguiram concretizar com êxito. Gizou também três passes valiosos e oito recuperações da posse. Já depois de ter saído, aos 80, Chilwell aproveitou uma falha de Corona no lado direito para fazer o 0-2 final.
  • Werner 4.9 – Somou 63 minutos de fraca produção, um alemão que tem sido uma das desilusões da época. Sem confiança, apenas numa ocasião rematou e não levou qualquer perigo à baliza de Marchesín.

 

Resumo

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