Faz ideia de quantos animais são abatidos todos os dias?

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Mais de 2.500 animais são abatidos por segundo, para irem para a travessa. Reduzir o consumo de carne, além ajudar a acabar o sofrimento animal, traria benefícios ambientais e de saúde significativos. Por que devemos mudar?

Não sobrecarregar os solos, reduzir os impactos das alterações climáticas, prevenir o surgimento de uma nova pandemia e acabar com o sofrimento animal – é isto que o planeta ganha com um abrandamento do consumo global de carne.

Um artigo publicado recentemente na Our World in Data, da aturaria de Max Roser, expôs os números “abismais” da escala do consumo de carne – são 360 milhões de toneladas por ano.

Por dia, são abatidas 202 milhões de galinhas (140.000 por minuto), 11,8 milhões de patos, 3,8 milhões de porcos, 1,7 milhões de ovelhas, 1,4 milhões de cabras, 900.000 vacas.

Ao todo, morrem para consumo humano 221.600.000 animais por dia.

“O número de peixes mortos todos os dias é muito incerto, mas, apesar das incertezas serem grandes, é claro que o número de peixes mortos é elevado: certamente, centenas de milhões de peixes são mortos todos os dias”, acrescenta ainda o artigo.

Our World in Data

Quantos animais são abatidos todos os dias para consumo humano?

Reduzir o consumo de carne

No artigo, Max Roser enumerou os benefícios de reduzir o consumo de carne.

Menos uso de terra para agricultura e mais biodiversidade: O uso de terra para agricultura é o principal motor da perda de biodiversidade. Hoje, quase metade da terra do mundo livre de gelo e deserto é usada para agricultura, e a maior parte desta terra é usada pela pecuária. O uso total de terra global para a produção de carne e laticínios soma-se a 37 milhões de quilómetros quadrados, uma área tão grande como a totalidade das Américas — do Alasca no Norte até ao Cabo Horn no Sul.

Benefícios climáticos: Reduzir o consumo global de carne também ajudaria a enfrentar as alterações climáticas: reduziria as emissões diretas de gases do gado bovino e o óxido nitroso do estrume. Além disso, também reduziria as emissões de desflorestação e mudança de uso da terra.

Menos resistência aos antibióticos: Reduzir o consumo mundial de carne diminuiria o uso de antibióticos na pecuária, uma prática que contribui para o aumento de bactérias resistentes aos antibióticos. Esta redução poderia preservar a eficácia dos antibióticos existentes e a saúde das pessoas em todo o mundo.

Menor risco de uma nova pandemia: Muitas doenças infecciosas têm origem noutros animais. As condições de alta densidade em muitas instalações de produção de carne criam ambientes ideais para a mutação e propagação de patógenos. Reduzir o consumo global de carne diminuiria o risco de doenças zoonóticas e os riscos de sofrer outra pandemia.

Menos sofrimento animal: Menos consumo de carne significaria menos sofrimento para os animais: os porcos, por exemplo, são mantidos em condições apertadas e de stress, vivendo uma vida de desconforto e angústia crónicos; as vacas são separadas dos seus bezerros para produzir leite para consumo humano, prática sob a qual tanto a mãe como o bezerro sofrem; as galinhas, muitas vezes, não se conseguem virar, durante toda a vida. Além disso, muitos animais são castrados sem anestesia.