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Farense 0-1 FC Porto | Dragão voa com recital de Corona

O FC Porto aproveitou da melhor forma o deslize do Benfica em casa com o Nacional para se isolar no segundo lugar na Liga NOS, com mais dois pontos que as “águias”.

A formação portista foi ao Algarve bater o Farense por 1-0, golo de Mehdi Taremi ainda na primeira parte. Os campeões nacionais foram superiores, criaram muitas ocasiões para marcar, mas foram perdulários e acabaram o jogo a defender o resultado perante a pressão dos homens da casa, que estiveram perto de arrancar um ponto.

 

O jogo explicado em números

  • Muitas mudanças no “dragão” para este jogo em relação à derrota com o Sporting na Taça da Liga, com as entradas de Marchesín, Wilson Manafá, Otávio (recuperado do Covid-19) e Mehdi Taremi (regressado de castigo). Os homens da casa não jogavam desde a vitória sobre o Gil Vicente, em casa, na 13ª jornada, devido ao adiamento do embate em Guimarães, na 14ª, e em comparação com essa partida com os “galos”, Madi Queta e Filipe Melo foram opções, nos lugares de Hugo Seco e Fabrício Isidoro.
  • O Porto começou o jogo melhor, a criar os mais perigosos lances, beneficiando, estranhamente, de muito espaço na defesa do Farense para aplicar rápidas transições. Por isso, em cima do minuto 15, chegou ao primeiro golo, da autoria de “regressados”. Manafá subiu pela direita, cruzou e Taremi encostou facilmente. Os “dragões registavam, nesta fase, 73% de posse, cinco remates (contra nenhum), três deles enquadrados.
  • O Farense reagiu, mas ao mesmo tempo que o fazia, o Porto colocava a bola muito rápido na frente e, aos 26 minutos, Jesús Corona, totalmente sozinho na grande área, e só com Rafael Defendi pela frente, permitiu a defesa ao guardião brasileiro dos algarvios, numa flagrante ocasião de golo.
  • Assim, chegada a meia-hora, a posse de bola já estava ligeiramente mais distribuída (64% para o “dragão”), mas o Porto continuava muito pragmático nas suas saídas, registando 12 acções com bola na área algarvia, contra uma do outro lado, além de cinco remates enquadrados em sete. Não espantava, portanto, que o melhor em campo nesta altura fosse Defendi, o guarda-redes dos anfitriões, com um rating de 6.6, a reflectir quatro defesas, três a remates na sua grande área.
  • Aos 43 minutos, em mais um lance em que a defesa do Farense se apresentou toda subida e desguarnecendo completamente as suas costas, Taremi isolou-se, mas quando podia ter rematado, tentou o passe para um colega, surgindo Ryan Gauld, em auxílio defensivo, a fazer um corte decisivo.
  • Vantagem portista ao descanso fruto do aproveitamento dos muitos espaços concedidos pelos algarvios aos atacantes do Porto, que realizavam transições rápidas com muitos jogadores, sem que o meio-campo dos homens da casa desse o desejado auxílio ao quarteto defensivo, e num desses lances, Taremi não desperdiçou.
  • Os “dragões” atingiram o intervalo com 63% de posse, mas chegaram a ter mais de 70%, sendo que tiveram de lidar (e fizeram-no bem) com a reacção do Farense, ainda assim chegando a esta fase com dez remates, seis enquadrados.
  • O melhor em campo era Jesús Corona, com um GoalPoint Rating de 6.7, ele que fez quatro passes para finalização, sete passes valiosos, dois cruzamentos eficazes em três, foi o mais interventivo na partida (41 acções com bola) e ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou. Desperdiçou também uma ocasião flagrante.
  • Boa reentrada dos “azuis-e-brancos”, com Uribe, aos 50 minutos, a rematar de zona frontal por cima da barra. E a seguir, na sequência de um canto, Taremi cabeceou ligeiramente por cima. Corona, aos 57 minutos, também teve nos pés o golo, ao passar diversos adversários numa jogada genial, mas o seu disparo embateu num defesa e foi para fora, e aos 60, Otávio, isolado, rematou para golo, mas Defendi fez uma… defesa “impossível”.
  • O jogo era completamente do “dragão”, dono do meio-campo e veloz no ataque, embora à hora de jogo registasse “apenas” 52% de posse de bola na segunda parte, mas já seis remates contra um. Cheirava a golo para os visitantes, que quase surgiu aos 65 minutos, mas o guardião do Farense voltou a negar Marega e, na recarga, Otávio de novo a atirar para fora, em boa posição.

Luís Forra / Lusa

  • A diferença entre as equipas era grande em diversos detalhes, mas havia um que era o espelho da superioridade total dos “dragões”. Aos 70 minutos, o Porto somava impressionantes 37 acções com bola na área contrária, e o Farense apenas três na área portista. No remate os algarvios sentiam dificuldades, registando cinco nesta fase, três deles realizados de fora da área, e no passe, os 61% de eficácia não deixava os homens da casa construir lances com princípio, meio e fim.
  • Aos 80 minutos a melhor ocasião para o farense. Centro da esquerda e Chancel Mbemba, na tentativa de afastar, desviou a bola para o poste esquerdo. Na recarga, Hugo Seco acertou na barra. A verdade é que o Farense terminou o jogo mais acutilante, a criar muito perigo, obrigando o Porto a recuar. Contudo, não teve qualidade suficiente no último terço para chegar ao golo.

 

O melhor em campo GoalPoint

Que grande exibição de Corona. O mexicano espalhou magia no São Luís, mostrando um talento inegável em quase tudo o que fez.

Melhor em campo com um GoalPoint Rating de 7.8, Tecatito não marcou ou assistiu, mas terminou com números impressionantes: cinco passes para finalização, nove passes progressivos certos, dois cruzamentos eficazes em quatro, 12 acções com bola na área contrária (máximo do jogo) e quatro dribles eficazes em sete.

A sua nota só não é mais alta por ter desperdiçado uma ocasião flagrante no primeiro tempo. É o jogador com mais passes para finalização na Liga 2020/21: 35.

Jogadores em foco

  • Rafael Defendi 7.4 – Se o Farense sofreu apenas um golo, deve-o ao seu guarda-redes. Defendi realizou uma exibição de “mãos” cheiras, registando sete defesas, cinco a remates na sua grande área. Algumas das intervenções foram de elevado grau de dificuldade.
  • Uribe 6.8 – O colombiano voltou a ser fulcral na manobra portista, em especial nos momentos defensivos, durante os quais ganhou quatro de cinco duelos aéreos defensivos, fez sete recuperações de posse e três intercepções. Na frente criou uma ocasião flagrante de golo.
  • Zaidu 6.5 – Bom jogo do nigeriano, em especial nos momentos defensivos. As cinco intercepções que realizou foram o máximo do jogo, mas também da jornada.
  • Madi Queta 6.3 – O extremo guineense foi um dos melhores dos homens da casa, não tanto pelo que fez no ataque, mas mais pelo que ajudou defensivamente. Madi somou três acções defensivas no meio-campo contrário, dois desarmes e três intercepções, e foi superior em dois de três duelos aéreos ofensivos.
  • Pepe 6.3 – O Farense terminou o jogo em cima do Porto e o internacional português foi importante para travar as investidas contrárias. Dos quatro duelos aéreos defensivos, ganhou todos, e em situações de aflição não hesitou em recorrer ao alívio (5).
  • Mehdi Taremi 6.1 – O autor do golo portista. O iraniano regressou de castigo e voltou a facturar, logo na primeira parte. Depois disso não esteve tão bem, ainda assim criou uma ocasião flagrante e realizou seis acções com bola na área contrária.

 

Resumo

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