Fantomas: testar um raio-X fica 90% mais barato graças a mestre português

ENGIUM

Cláudio Coutinho e a equipa responsável pelo projecto

Cláudio aproveitou lixo para criar algo útil: uma peça que permite simular o antebraço humano. Nota: 20 valores.

O nome Fantomas pode fazer logo lembrar fantasmas. Mas são muito úteis na saúde.

Os fantomas simulam o corpo e os órgãos humanos. Os fantomas de peças de Raio-X dão imagens de raio-X de partes do corpo únicas, por diversas vezes, em diferentes posições, sem o perigo de prejudicar os pacientes.

E, nesse contexto, servem para testar técnicas essenciais na saúde: raio-X, tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética.

Verificam se o equipamento está a funcionar bem, se dá imagens correctas, precisas, consistentes. É uma forma de controlo de qualidade. Verificar se é tóxico para o futuro paciente.

Mas esses testes são muito caros. O material necessário pode custar 1.800 euros por metro cúbico.

Até que um aluno português, da Universidade do Minho, encontrou uma forma de baixar (muito) o custo desses testes.

Cláudio Coutinho era aluno do Mestrado em Biomédica – ramo de Biomateriais da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM). Hoje é mestre.

A sua tese de mestrado foi muito centrada no serviço de Radioterapia do Instituto Português de Oncologia do Porto.

Desenvolveu novos materiais recorrendo a resíduos orgânicos/inorgânicos para produzir fantomas. No fundo, pegou em lixo para criar algo útil. Não se sabe quais os materiais em concreto, ainda.

Como explica o ENGIUM, a inovação deste trabalho passa maioritariamente pelo facto de estes materiais serem baseados em compostos sustentáveis (resíduos) – e isso pode reduzir em 90% os custos neste processo.

O jornal Público dá mais detalhes: Cláudio e a sua equipa conseguiu transformar resíduos numa peça simples que simula o antebraço humano.

E os resultados são animadores, tudo funcionou perfeitamente. “O Cláudio resolveu um problema. No fim, com o fantoma do antebraço, chegámos ao IPO do Porto, fizeram a TAC do fantoma e era similar ao de um paciente anónimo – ficámos radiantes”, conta Vanessa Cardoso, investigadora da EEUM.

Susana Gonçalves, do IPO do Porto, está confiante: “A implementação desta técnica, a irradiação corporal total, irá permitir uma melhoria dos cuidados de saúde aos nossos doentes”.

Os resultados obtidos após caracterização no IPO-Porto superaram as expectativas de tal forma que os investigadores já começaram um novo trabalho, um novo objectivo: impressão dos fantomas.

A tese – “Desenvolvimento de materiais sólidos para o fabrico de fantomas que mimetizem propriedades de absorção e dispersão da radiação do corpo humano quando sujeito a tratamento de radioterapia” – foi apresentada no final de Fevereiro. Nota: 20 valores.

E está aberto um caminho para melhorar a radioterapia e o tratamento do cancro.

ZAP //

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