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Famoso cirurgião francês é uma das vítimas da queda da aeronave em Tires

(dr) Jean-Pierre Franceschi / Facebook

O cirurgião ortopédico francês Jean-Pierre Franceschi, uma das vítimas mortais da queda da avioneta em Tires

O cirurgião ortopédico francês Jean-Pierre Franceschi, uma das vítimas mortais da queda da aeronave em Tires

Um cirurgião ortopédico francês, ligado ao mundo do desporto, é uma das cinco vítimas mortais provocadas pela queda de uma aeronave, esta segunda-feira, em Tires, Cascais, anunciou fonte do município francês de Marselha.

Em comunicado, o presidente da Câmara de Marselha, Jean-Claude Gaudin, afirmou ter sido com “grande tristeza que soube da morte de Jean-Pierre Franceschi“, num “terrível acidente de avião”, juntamente com a mulher, Nathalie, e “três outras vítimas”.

“Cirurgião ortopédico internacionalmente reconhecido, era também uma referência incontornável no mundo do desporto e contribuiu para a excelência médica marselhesa”, salientou, na nota divulgada na segunda-feira à noite.

O presidente de Marselha destacou a grande ligação à cidade de Jean-Pierre Franceschi, de 64 anos, onde “trabalhou em vários hospitais” e era procurado pelas “maiores estrelas do desporto”, nomeadamente futebolistas, de vários pontos do mundo.

Jean-Claude Gaudin transmitiu, em nome dos cidadãos da cidade francesa, “sinceras condolências” à família do cirurgião, nomeadamente às filhas e netos, mas também a toda a comunidade médica que “perdeu um dos seus membros mais ilustres”.

Um comunicado do aeródromo municipal de Cascais, em Tires, informou que, pelas 11h05 de segunda-feira, “o voo de um operador privado, Symbios Orthopedic, envolvendo uma aeronave PA-31, que descolava de Cascais com destino a Marselha, com três passageiros e um tripulante a bordo, sofreu um acidente fora do espaço aeroportuário”.

O bimotor Piper, modelo Cheyenne II, da empresa especializada em implantes ortopédicos, despenhou-se após percorrer cerca de dois quilómetros, no parque de descargas de um supermercado LIDL, numa densa área habitacional.

De acordo com uma fonte do setor aeronáutico, o piloto tinha nacionalidade suíça e os passageiros, duas mulheres e um homem, tinham nacionalidade francesa.

Na queda, a aeronave com matrícula suíça atingiu uma pessoa no exterior do armazém do supermercado, que se presume ser o motorista de um camião pesado de mercadorias que se encontrava no parque de descargas da unidade comercial.

“Tenho os gritos deles na cabeça”

A aeronave atingiu ainda uma habitação situada junto ao supermercado, composta por três frações, deixando nove pessoas desalojadas, mas que, segundo a Proteção Civil municipal de Cascais, optaram por ficar com familiares.

Em declarações ao Correio da Manhã, Maria de Fátima Rosa, uma das moradoras que viu a sua casa ser atingida pela queda da aeronave, contou que ainda ouviu os gritos dos passageiros antes da explosão.

“Eu tenho os gritos deles na cabeça”, contou a testemunha, explicando que os passageiros “não morreram logo” porque a aeronave “não explodiu logo”.

O comandante operacional distrital de Lisboa da Proteção Civil, André Fernandes, informou que os ocupantes eram todos adultos, mas não divulgou as identidades das vítimas, que morreram carbonizadas e foram removidas dos destroços pela PSP, já noite, para o Instituto Nacional de Medicina Legal.

Além das vítimas mortais, houve quatro feridos ligeiros, por inalação de fumo, dois dos quais foram assistidos no local e os outros dois transportados para o hospital de Cascais.

No local foram ainda assistidos oito moradores, que sofreram “crises de ansiedade” provocadas pelo acidente, pela unidade psicológica do INEM.

O supermercado encontrava-se, na altura do acidente, com alguns clientes, mas as pessoas saíram do estabelecimento sem problemas de maior, disse André Fernandes.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, passou pelo local para se inteirar das operações de socorro, que mobilizaram um total de 128 operacionais e 47 viaturas.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) anunciou que vai publicar, no prazo de 30 dias, o relatório preliminar sobre a queda da aeronave.

ZAP // Lusa

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