Biblioteca del Congreso Nacional de Chile / wikimedia
Salvador Allende com Pablo Neruda
A família de Pablo Neruda, que acredita que o Prémio Nobel da Literatura de 1971 foi envenenado, acusa o serviço médico-legal chileno de atrasar as investigações sobre a morte do poeta.
A família de Pablo Neruda acredita que o poeta comunista, simpatizante do Presidente deposto Salvador Allende, foi envenenado. Em 2013, o corpo do poeta foi exumado para que fosse analisada a causa da sua morte. Contudo, falta ainda um aval final para confirmar com exatidão os resultados dos exames que poderão revelar se Pablo Neruda faleceu, ou não, na sequência de um cancro.
Devido a este atraso, a família do poeta acusa o Instituto Médico Legal de Santiago de fazer obstrução à Justiça.
Há dois anos, um grupo de especialistas internacionais detetou uma forte presença de uma substância paralisante no corpo do poeta. Contudo, era preciso analisar o solo em torno da sepultura do militante comunista, para se ter certeza absoluta de que a contaminação não era posterior à morte.
Desta forma, conforme salienta a RFI, falta ainda analisar três pequenos frascos de laboratório, cheios de terra, para que se possa encerrar definitivamente as investigações científicas do caso Neruda.
Segundo o advogado da família, Rodolfo Reyes, que também é sobrinho do poeta, o serviço médico-legal chileno tem-se recusado a colocar as amostras à disposição da Justiça.
“O instituto médico-legal afirmava que não tinha as amostras, que teriam sido usadas noutras análises. Mas numa busca oficial no dia 25 de julho, ordenada pelo juiz Mario Carroza, as amostras foram encontradas. É inexplicável que o serviço tenha mentido ao juiz. Isto teve consequências muito negativas”, disse Rodolfo Reyes.
Uma das consequências foi o atraso de vários meses nas investigações. A partir de agora, a família de Neruda tem esperanças de que as amostras sejam enviadas rapidamente para um laboratório no Canadá, que deverá realizar os últimos exames relativos ao caso.
ZAP // RFI
