“Estão f****** porque lhes passei a perna”. Miguel Arruda pede baixa médica por questões psicológicas

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Miguel Taveira Arruda / Facebook

Deputado Miguel Arruda

O deputado no centro da polémica das malas furtadas anunciou que pretende pedir baixa médica devido ao impacto que o mediatismo do caso está a ter para si e para a sua família.

Miguel Arruda, deputado não inscrito desde que rompeu com o Chega, anunciou que irá pedir baixa médica por questões psicológicas, decisão que será formalizada após consulta médica em Ponta Delgada.

Arruda, acusado de furto qualificado de malas no aeroporto de Lisboa, admitiu à SIC que o escândalo abalou profundamente sua saúde mental e familiar. “A minha família está um caco“, confessou, referindo que a pressão aumentou com as acusações de que vendia os artigos roubados na plataforma Vinted, através de uma conta que o deputado alega que era gerida pela sua esposa.

O advogado de Arruda, José Manuel Castro, criticou duramente o Chega e a liderança parlamentar de Pedro Pinto, após o partido ter retirado a confiança política ao deputado. No Parlamento, a tensão escalou quando o presidente José Pedro Aguiar-Branco posicionou Arruda na última fila, ao lado da bancada do Chega, o que provocou desconforto nos deputados do partido.

Pedro Pinto, líder da bancada, expressou descontentamento e insinuou possíveis conflitos caso a situação permanecesse, afirmando que não se responsabilizava pelo que acontecesse. Como forma de protesto, os deputados do Chega também abandonaram os lugares ao lado de Arruda.

Em resposta ao Público, Castro classifica a situação como “linchamento público e político” e acusa o partido de populismo barato. Apesar das acusações, o advogado reafirmou a inocência de Arruda e garantiu que o deputado pretende provar sua versão dos fatos. Castro também rejeitou especulações sobre a confissão de Arruda durante buscas, afirmando que não houve qualquer admissão de culpa.

Em declarações por escrito ao Polígrafo, o deputado também não foi parco nas palavras sobre os ex-colegas do Chega. “Estão f****** porque lhes passei a perna. Queriam ser eles a expulsar-me. Como me antecipei estão doidos.”

Durante a sessão, Miguel Arruda manteve-se discreto, mas procurou votar em alinhamento com o Chega, até mesmo corrigindo votos para seguir as orientações do partido. A atitude foi interpretada como uma tentativa de sinalizar proximidade política, apesar do afastamento formal.

Novo gabinete e bónus anual de 2300 euros

Agora que é deputado não-inscrito, Miguel Arruda tem direito a novos benefícios, incluindo um novo gabinete próprio no Parlamento. Este gabinete tem direito a um orçamento de cerca de 5800 euros mensais para o seu funcionamento e a contratação de pessoal próprio.

Para além do escritório na Assembleia, Miguel Arruda tem ainda direito a pedir um gabinete nos Açores, dado que a lei define que os deputados devem ter condições para trabalhar nos círculos pelos quais foram eleitos. Até agora, o deputado podia usar as instalações do Chega para este fim, mas a sua saída muda este panorama.

A lei define que os deputados não-inscritos têm direito a uma subvenção anual para encargos de assessoria para atividade política e “despesas de funcionamento”, correspondente a “quatro vezes o IAS [Indexante dos apoios sociais] anual, mais metade do valor do mesmo, por deputado”. Contas feitas, isto corresponde a cerca de mais 2300 euros por ano para Miguel Arruda, relata o Expresso.

O deputado terá também mais tempo para falar do que provavelmente teria no Chega, onde dependia das decisões da liderança sobre quem fala.

Deputado terá furtado cinco malas de uma vez

Durante dois meses, entre outubro e dezembro, Arruda foi apanhado por câmaras de vigilância que registaram alegados furtos de 19 malas na sua passagem pelo aeroporto, coincidentemente durante voos entre Lisboa e Ponta Delgada.

As imagens mostram o deputado a circular entre os tapetes de bagagens, especialmente nos voos internacionais não-Schengen, onde as malas são frequentemente deixadas sem supervisão. Segundo a acusação, Arruda selecionava as malas aparentemente mais valiosas, como uma Samsonite de alto valor e uma mala cor-de-rosa, ambas posteriormente registadas como suas para viagens.

Na madrugada de um dos incidentes em novembro, Arruda terá deixado o aeroporto com seis malas, embora apenas uma fosse sua. Uma das malas furtadas era em tons garridos, que teria sido vista nos corredores da Assembleia da República e sido alvo de comentários jocosos dos colegas do Chega, refere o Público.

Durante as buscas realizadas na sua residência, a PSP apreendeu 13 malas contendo itens variados como roupas, joias, perfumes, relógios e bebidas alcoólicas, além de objetos pessoais de viagem. A casa de Arruda foi descrita pelas autoridades como um cenário caótico, semelhante a apartamentos de estudantes com objetos espalhados.

Em sua defesa, Arruda argumenta que as imagens de vigilância podem ter sido manipuladas com inteligência artificial, alegando ser vítima de uma perseguição política e mediática. O seu advogado, José Manuel Castro, também minimizou os itens apreendidos, descrevendo-os como “tralha”.

ZAP //

8 Comments

  1. Acabar imediatamente com esta pregorrativa de Deputado não inscrito. Os nossos impostos não podem servir para pagar ladrões. Não importa qual o partido!

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  2. Passou a perna e de que maneira , não ao Chega mas sim ao Povo Português que vai continuar a “Roubar” a descarada ! …… como é possível manter Criminosos com assento na A.R e en cargos Autárcicos , a custa do erário Público ? ……. Os “Parasitas” da Sociedade ocupam o espaço Politico sem nenhuma preocupação em termos de Justiça !

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  3. Bem, este senhor não vai preso ??? Não cometeu um ou vários crimes ??? Ainda vai sair beneficiado ??? É que se fôr como está no texto supra, tem que se alterar a Lei e já !!! Mas que bandalheira é esta ?

    • Cara Maria José,
      Tome nota:
      No nosso querido país, sacanas, ladrões e bandidos, só os pobres! (de dinheiro!).
      Se acontecer aos ricos, (de dinheiro!), é porque são doentes, coitados! Metem baixa e são muito bem tratados. Pérolas destas não se podem perder!

  4. Este senhor Arruda ex-deputado do Chega e agora passou à classe de independente, que quer passar por doente mental e, que agora, afirma estar inocente, confessou primeiro que sim, que tinha roubado as malas e que as guardou na Assembleia de República. Pasmem-se ! Melhor sítio para esconder um roubo, pensou ele … não pode continuar a exercer um cargo público, muito menos na Assembleia da República !!! Por isso, se não conseguem correr com ele, mudem a Lei e já !!! Já se viu mudar leis de um dia para o outro.

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