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Faltavam cadáveres para dissecar. Solução: assassínios por encomenda

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No século XIX, na Escócia, a procura por cadáveres para dissecação levou a práticas macabras. Dois irlandeses tornaram-se em assassinos sem precedentes na história.

A qualidade do corpo variava de acordo com a estação e com a taxa de decomposição. No calor de junho valia cerca de 1136,09€, enquanto que no frio de dezembro podia chegar aos 1420,11€ (valor na moeda atual).

De acordo com o Big Think, diante das leis restritivas que limitavam a dissecação a criminosos, suicidas e órfãos, cirurgiões, como Robert Knox, enfrentavam a escassez de corpos.

Burke e Hare, dois irlandeses, aproveitaram essa oportunidade. Começaram por desenterrar cadáveres, mas rapidamente, e ao longo de dez meses, assassinaram dezenas de pessoas para fornecer corpos frescos.

Escolhiam sempre o mesmo tipo de vítima, como bêbedos, mendigos, prostitutas e viajantes , cujas mortes raramente eram investigadas pela polícia.

O modus operandi de Burke e Hare era praticamente o mesmo para cada assassinato. Embriagavam a vítima com uísque até que ficasse paralisada. Depois, sufocavam-na — a asfixia era a melhor maneira de garantir que o corpo se mantivesse fresco.

O negócio de Burke e Hare prosperou até 1827, quando mudanças nas leis e medidas de segurança tornaram a obtenção de corpos mais difícil.

Contudo, a ousadia deles foi notória, uma vez que chegar matar pessoas que estavam nas suas próprias casas. Mas, a sorte acabou quando tentar matar uma inquilina chamada Margaret Docherty, visto que foram descobertos por outros residentes — James e Ann Grey.

O casal Grey denunciou Bruke e Hare à polícia e estes acabaram presos.

Apesar das suspeitas, o cirurgião Knox, que era o principal comprador dos corpos, nunca foi preso.

Depois da detenção dos dois assassinos, a opinião pública virou-se contra Knox, que viu, assim, a sua carreira arruinada.

Por sua vez, Burke foi condenado à forca, enquanto que Hare, a sua esposa e a esposa de Burke escaparam à pena de morte, uma vez que Hare testemunhou contra Burke.

Não foram condenados pela lei, mas foram condenados pela multidão, que os seguiu, batendo-lhes e ameaçando justiça com as próprias mãos até que a polícia os prendeu para sua própria proteção. Quando a multidão se acalmou, eles puderam escolher para onde ir. Não se sabe exatamente onde acabaram.

Hoje, a história de Burke e Hare é lembrada como um episódio sombrio na História da medicina e da criminalidade.

Estes dois irlandeses representam a fronteira obscura entre a ciência e a ética. O caso destaca as complexidades morais e éticas associadas à dissecação e ao estudo do corpo humano, levantando questões sobre o respeito pelos mortos e os limites éticos da procura pelo conhecimento científico.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

2 Comments

  1. Em nome da “ciência”… Atrocidades praticadas pelo falta de conceito de moralidade e punição divina. Conhecida por Ateus…. Movimento que ganhou força com a revolução francesa e que matou mais de 1 milhão de franceses por serem católicos.

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