Faltam pilotos no novo porta-aviões chinês. A solução esteve sempre lá

Li Gang / EPA

Candidatos não podem ser casados, ter mais de 24 anos ou superar os 1,83 metros de altura.

O processo de expansão da frota de porta-aviões chinesa criou uma nova dificuldade às autoridades do país: encontrar pilotos suficientes para pilotar as aeronaves. No entanto, a solução do problema revelou-se fácil de encontrar, já que esteve sempre lá. Pela primeira vez na história, a marinha do exército chinês está a recrutar mulheres, assim como recém-licenciados.

“A partir de 2023, a marinha vai selecionar pilotos de aviões a partir de recém-licenciados de universidades locais”, podia ler-se numa brochura da entidade. “Acolhemos jovens homens e mulheres que adoram a defesa nacional, estão comprometidos com o mar e o ar e estejam disponíveis para participar no processo de seleção, para que possam dedicar o seu tempo à construção de uma marinha de classe mundial e contribuir para o rejuvenescimento da nação chinesa.”

O documento enumera ainda alguns requisitos que os candidatos devem preencher, alguns dos quais referentes exclusivamente à aviação militar e outros aos habitantes da China. Por exemplo, não podem ter mais de 24 anos e devem ter formação em Ciência e Tecnologia. Em termos de características físicas, não devem ter mais do que 1,83 metros e ser casados. No que respeita à ideologia, devem adorar o Partido Comunista, a terra-mãe, as pessoas e o socialismo. Devem deter ainda um “histórico político limpo”.

Esta é também a primeira vez que a Marinha está a aceitar candidatos para o ramo da aviação naval que não tenham frequentado instituições de ensino militares. A opção, afirmou fonte da marinha, justifica-se com o facto da frequência de faculdades durante quatro anos ser suficiente e representar uma base sólida para pilotos que almejem uma carreira militar.

Nos últimos anos, o mundo tem olhado com atenção para a expansão da frota naval chinesa, que no caso dos porta-aviões passou de uma antiga embarcação soviética para dois navios de construção chinesa, lembra o Business Insider.

Há ainda especialistas que apontam a possibilidade de o país estar a construir mais seis porta-aviões, um número que já conseguiria ombrear com a marinha norte-americana. Apenas oito países no mundo têm porta-aviões na sua frota: Rússia, China, Índia, Espanha e França, com um porta-aviões cada, Itália e Reino Unido, que têm duas embarcações deste tipo, e Estados Unidos, com 11 porta-aviões ativos.

No entanto, é preciso mais do que navios para construir uma frota de porta-aviões eficaz. De facto, os recursos humanos disponíveis parecem ser um fator determinante para o sucesso, sobretudo quando se olha para a realidade dos Estados Unidos da América, que conta com um sólido sistema de treino. No entanto, também nesta super potência militar existe uma escassez de pilotos, a qual é comum à aviação militar e civil.

Neste processo, a China está a começar quase do zero, o que é o equivalente a procurar pilotos qualificados, mas também criar um sistema de produção necessário para manter um fluxo constante de novos pilotos. Como tal, a população feminina parece ser uma opção óbvia.

ZAP //

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