Um novo estudo mostra como um ambiente com uma baixa concentração de oxigénio pode contribuir para prolongar a nossa vida.
Podemos dar graças ao oxigénio por tudo o que temos na nossa vida. Sem este elemento químico, a vida na Terra não seria possível. Seria esta uma verdade dogmática, não viesse um novo estudo sugerir que a deficiência de oxigénio pode aumentar o tempo de vida de mamíferos.
A hipoxia significa baixo teor de concentração de oxigénio. Trata-se de um estado de baixo teor de oxigénio nos tecidos orgânicos.
“Há cerca de 20 anos que se sabe que a hipoxia crónica contínua prolonga o tempo de senescência em células de cultura e aumenta o tempo de vida em leveduras, vermes e moscas da fruta. O nosso estudo é o primeiro a testar a restrição de oxigénio num modelo de envelhecimento de mamíferos em laboratório”, disse Robert Rogers, autor principal do novo estudo, à Interesting Engineering.
Os cientistas colocaram ratos num cenário de deficiência de oxigénio semelhantes às encontradas no Monte Evereste, a uma altitude de 5.000 metros. A hipoxia aumentava o tempo de vida do animal em 50%.
Os ratos usados não possuíam a proteína Ercc1, que consequentemente têm um tempo de vida reduzido de menos de seis meses. Os investigadores mantiveram-nos num ambiente com apenas 11% de oxigénio e compararam o seu tempo de vida com o de ratos que viviam em condições normais (21% de oxigénio).
Surpreendentemente, os animais que viviam com baixo teor de oxigénio conseguiram manter-se vivos durante 23,6 semanas, enquanto os outros conseguiram viver apenas apenas 15,7 semanas. Os resultados do novo estudo foram publicados na revista PLOS Biology.
Quando questionado sobre se a técnica também poderia funcionar em seres humanos, Rogers explicou que é demasiado cedo para o dizer. Isto porque o mecanismo molecular através do qual a hipoxia prolongou o tempo de vida no rato ainda é desconhecido.
Contudo, a ideia não é de todo descabida. Há vários estudos que sugerem que viver em ambientes onde a concentração de oxigénio é menor pode aumentar a esperança média de vida e reduzir o peso das doenças relacionadas com a idade nos seres humanos.