/

Falta de trabalhadores “vai ser dramática” (em todos os sectores)

6

(CC0) B_Me / Pixabay

A falta de mão-de-obra em Portugal continua a preocupar em vários setores de actividade. Na Agricultura, vão faltar 4 mil pessoas já em 2023, mas o problema é transversal a várias áreas e “vai ser dramático daqui a uns anos”.

“Não haverá sector que não se queixe” nos próximos anos. É assim que a secretária-geral da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), Ana Vieira, fala do problema da falta de trabalhadores em Portugal, em declarações ao Jornal de Negócios.

Ana Vieira refere que o problema que é mais ou menos constante “nas empresas de comércio, serviços, transporte de passageiros e de mercadorias”.

No caso dos motoristas, a situação é mais complicada porque é preciso fazer formação específica, o que complica a angariação de novos trabalhadores.

E no setor do comércio e serviços, já no Natal deste ano, haverá dificuldades com a falta de mão-de-obra “se tudo correr bem” com a recuperação das vendas como se espera, aponta Ana Vieira ao Negócios.

Na Agricultura, o problema está quantificado. “Faltam quatro mil trabalhadores para a próxima campanha, de 2023″, revela ao Negócios a chefe de gabinete da direcção da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Cristina Morais.

O que explica esta falta de trabalhadores?

Não é um problema conjuntural, tem a ver com o nosso perfil demográfico, em que a idade média é muito envelhecida“, considera Ana Vieira.

Assim, a dirigente da CCP apela a que se implementem “soluções estruturais” a pensar no futuro. É que se nada se fizer, o problema “vai ser dramático daqui a uns anos”, antecipa.

O Governo tem assinado vários protocolos com países estrangeiros para facilitar a entrada de imigrantes em Portugal, com o intuito de resolver a falta de mão-de-obra.

Exemplo disso é o acordo assinado com Marrocos para recrutar 400 trabalhadores deste país, o que vai resolver cerca de 10% das necessidades totais do sector agrícola para o próximo ano, como destaca Cristina Morais ao Negócios.

Mas “só vai funcionar bem se Marrocos emitir vistos com celeridade“, nota a responsável da CAP. E sobram ainda 3.600 vagas para preencher.

Portugal também assinou protocolos semelhantes com países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente com Cabo Verde.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

6 Comments

  1. O verdadeiro problema é a falta de trabalho em Portugal, onde até para empregado de balcão se entra por cunha, sendo que esta situação vai agravar-se cada vez mais, com as poucas vagas de trabalho que existem a ser ocupadas por mão-de-obra barata vinda do estrangeiro.

  2. Paguem melhor e resolvem os problemas de falta de mão de obra.
    Desta forma vão continuar ad eternum o problema.
    A única coisa que conseguem com esta solução é manter os salários mesquinhos e, por consequência manter os bons lucro dos patrões.
    è isto que se quer????

    • Apoiado!
      Quem é que no séc.XXI quer trabalho escravo por 700€?
      Só mão-de-obra de países onde 700€ é uma fortuna!
      E nos sectores técnológicos começa a acontecer o mesmo. Oferecem 1.000€/1.500€ para trabalho onde se exige mestrado ( com preferência para doutorados). E trabalho sem limite de horas, como é p.e. o caso das auditoras, onde é normal traballhar até à meia noite e sábados. E nas épocas de maior aperto até domingos!
      Mas estes empresários vivem em que planeta?
      Claro que os melhores, e mesmo os razoáveis, arranjam no estrangeiro quem facilmente lhes pague o triplo e com horários decentes para conciliar a vida pessoal com a familiar.
      Estão à espera que fiquem em Portugal?
      Este problema vai arrasar em pouco tempo com a nossa já pouca indústria e serviços.
      Depois vêm os arautos do liberalismo dizer que a produtividade em Portugal é baixa. Estudem as causas antes de papaguearem a narrativa habitual.

  3. O verdadeiro problema é eu ganhar 2000 em que 1000 são para mim e 1000 são para o estado. Depois, dos 1000 que me sobraram gasto entre 10 e 23% em IVA que também é para o estado. Da parte liquida, uma boa parte ainda é para escolas, portagens, saude … fico com quanto? mais vale ser pobre e comer o que a terra me dá. trabalhai vós!!!

  4. Lamentavelmente, está a permitir-se entrar `mão de obra` nao qualificada, com pouco controlo, e em jeito de `apagar fogo ‘, contribuindo para que num futuro próximo tenhamos sérios problemas sociais e de segurança.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.