/

Foi a falta de água que levou à extinção dos mamutes

Os últimos mamutes da Terra ficaram extintos devido à falta de água potável, no seguimento de alterações climáticas verificadas há mais de cinco mil anos.

Investigadores da Universidade do Alaska, em Fairbanks, estudaram os ossos e os dentes dos mamutes e os restos fósseis de insectos aquáticos ancestrais, encontrados nos sedimentos de lago, para concluírem que foi a falta de água que levou à extinção destes animais de grande porte.

A investigação, publicada no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences, centrou-se nos últimos exemplares dos mamutes que viveram na remota ilha de São Paulo, no Alaska, e que ficaram extintos há cerca de 5.600 anos.

Múmia de mamute-lanoso bebé encontrada na chamada Beríngia russa, na bacia hidrográfica do rio Kolyma, na Sibéria.

Múmia de mamute-lanoso bebé encontrada na chamada Beríngia russa, na bacia hidrográfica do rio Kolyma, na Sibéria.

Os cientistas constatam que estes mamutes-lanosos ficaram presos pela subida do nível do mar, que terá submergido a chamada Beríngia ou “Ponte Terrestre” do Mar de Bering, que ligava o Alasca e a Sibéria.

Este braço de terra que se localizava onde hoje é o Estreito de Bering permitiu a migração de humanos e de espécies animais entre a Ásia e as Américas. Mas quando ficou debaixo das águas, após o fim da Idade do Gelo, isolou os mamutes no Alaska.

A ilha de São Paulo foi encolhendo em termos de terra e os mamutes viram-se presos num espaço cada vez menor e com a gradual escassez de fornecimento de água potável, motivada pelas condições de seca crescentes, acabaram por desaparecer.

A pesquisa “pinta um quadro sombrio da situação para estes mamutes”, assume um dos investigadores envolvidos, Matthew Wooller, em declarações divulgadas pelo The Independent.

“Os recursos de água potável parecem a arma do crime para o que os empurrou para uma situação insustentável”, acrescenta.

Estes dados vêm reforçar a importância que a água pode ter nos processos de extinção, com os investigadores a notarem no estudo que é um factor que terá sido “subvalorizado” até agora.

O estudo também “reforça as preocupações do século XXI sobre a vulnerabilidade das populações de ilha, incluindo as humanas, o futuro aquecimento, a disponibilidade de água e aumento do nível do mar”, apontam os cientistas.

SV, ZAP

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.