12 factos e mitos sobre doar sangue

Numa fase em que é preciso ter “atenção” em relação às reservas de sangue em Portugal, ficam aqui indicações preciosas.

Não há alerta, mas é preciso ter atenção.

Foi esse o aviso do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, que na semana passada apelou à dádiva de sangue.

Há quem já tenha doado sangue mais de 200 vezes. Mas há quem tenha medo de doar sangue por causa de “coisas” que vai ouvindo sobre esse processo.

Neste contexto, e porque procuram-se dadores em Portugal, espreitámos a lista de 12 factos e mitos sobre a doação de sangue, publicada pelo Hospital Lusíadas.

Factos

Vamos começar pelo que é .

O peso realmente tem influência na doação de sangue. Quem pesa menos de 50 quilos, não tem autorização para doar sangue. Está relacionado com o volume de anticoagulante da bolsa (63 mL), que tem o padrão mínimo de 400 mL de sangue; uma pessoa com menos do que 50 quilos não poderia doar o volume mínimo, pois sobraria anticoagulante livre, o que é indesejável (pode prejudicar os glóbulos vermelhos).

Não se deve dar sangue durante a gravidez ou enquanto se amamenta. Até seis meses após o parto, a mulher não deve doar sangue – excepto em circunstâncias excecionais.

Isto também é verdade: quem colocou um piercing há menos de um mês ou fez uma tatuagem, não pode doar sangue.

Podem transmitir-se doenças através de sangue doado. O receptor do sangue corre realmente risco de infecções; mais um motivo para a triagem clínica ser essencial.

Mitos

Agora, o que é mentira.

Não, não existe sangue azul. A oxigenação define muito da cor do sangue mas, se o sangue arterial, com menor teor de oxigénio, apresenta uma coloração muito escura – tonalidade azulada, se quisermos – quer dizer que a pessoa terá grave doença respiratória ou outra situação clínica complicada e com tratamento urgente.

Um vegetariano pode doar sangue, ao contrário do que muitas pessoas acreditam. Se tiver níveis de ferro, ácido fólico ou vitamina B12 suficientes, e se o valor de hemoglobina for compatível, tudo bem.

Os homossexuais e bissexuais também podem doar sangue. O comportamento sexual é um factor de risco – mas isso aplica-se a qualquer pessoa, independentemente da sua orientação sexual.

Não, o VIH e as outras doenças infecciosas não podem ser contraídas ao doar sangue. Não há qualquer risco para o doador porque não há contacto com qualquer outro sangue.

Relacionado com o parágrafo anterior, ao doar sangue, não se fica a saber se se contraiu recentemente VIH.

Quase verdade

Idade: não se pode doar sangue antes dos 16 e depois dos 60 anos? Mais ou menos. Limite mínimo sim, entre 17 e 18 anos; mas o limite máximo surge aos 60 anos se for a estreia do dador.

Os diabéticos não podem doar sangue? Depende. Se o doador precisar de terapêutica com insulina ou tem o órgão-alvo afectado, não há doação. Se houver um controlo inadequado de glicemias, a suspensão é temporária.

As pessoas que sofreram enfartes, têm problemas cardíacos ou tomam medicação para a pressão alta não podem doar sangue? Também depende: nos casos de problemas cardíacos, não; em casos de hipertensão arterial controlada sob medicação oral, sem compromisso cardíaco ou renal e sem patologia arterial periférica, pode.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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