O Facebook vai desativar o software de reconhecimento facial para identificar rostos em fotografias e vídeos. A decisão surge após terem sido levantadas preocupações quanto à ética desta tecnologia.
Esta terça-feira, a empresa respondeu às críticas de que tem sido alvo relativamente à privacidade dos seus utilizadores, afirmando que irá pôr fim ao seu sistema de reconhecimento facial e apagar os dados armazenados dessa própria tecnologia.
“Existem muitas preocupações em relação à utilização de programas com reconhecimento facial no seio da sociedade. Os reguladores ainda se encontram no processo de criar e estabelecer as regras necessárias para que esta tecnologia seja utilizada”, justificou a Meta, em comunicado citado pelo Diário de Notícias.
O anúncio da empresa surge num momento em que o Facebook enfrenta uma das suas maiores crises, com documentos internos a serem tornados públicos a jornalistas e legisladores.
Acabar com o sistema “irá resultar na eliminação de mais de mil milhões de rostos armazenados através da utilização desse sistema”. Segundo a rede social, mais de um terço dos utilizadores tinha optado por usar o sistema de reconhecimento facial.
Ainda não se sabe, porém, quando é que a mudança anunciada será executada.
Jerome Pesenti, vice-presidente de inteligência artificial da empresa, escreveu, numa publicação no blog, que, “face a esta incerteza contínua, acreditamos que é apropriado limitar o uso do reconhecimento facial a um conjunto restrito de casos”.
Há dois anos, um estudo do Governo norte-americano sugeriu que os algoritmos de reconhecimento facial eram muito menos precisos na identificação de rostos afro-americanos e asiáticos, em comparação com rostos caucasianos.