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Produz painéis solares flexíveis e baterias de lítio ao mesmo tempo: 1.ª fábrica do mundo arrancou em Portugal

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A LuxOEnergy iniciou os seus trabalhos em Moura, com 15 pessoas. Investimento foi de 5 milhões de euros.

A primeira fábrica do mundo a produzir em simultâneo painéis fotovoltaicos flexíveis e baterias de lítio já está a laborar em Moura (Beja), após um investimento de cinco milhões de euros, revelou hoje o gerente.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Matias, gerente e um dos fundadores e investidores da LuxOEnergy, indicou que a unidade fabril contratou os primeiros 15 funcionários e iniciou a produção no final do ano passado.

“Montámos, daquilo que conhecemos, a primeira fábrica híbrida de painéis solares e baterias do mundo, com patentes europeias, que podemos, agora, desenvolver e até criar produtos inovadores”, assinalou o responsável.

A nova unidade da LuxOEnergy, que envolveu um investimento de cinco milhões de euros, com apoio do programa regional Alentejo 2020, ocupou as instalações onde funcionava a Moura Fábrica Solar (MFS), que fechou em janeiro de 2019.

Criada em agosto desse mesmo ano, a empresa proprietária da nova fábrica resultou de uma parceria entre o grupo português Lux e o próprio Miguel Matias.

Segundo o gerente, especialista na área da energia há 25 anos, o projeto de criar uma unidade “de raiz e completamente inovadora” arrancou há quatro anos e incluiu uma pesquisa de mercado para encontrar “os parceiros tecnológicos certos”.

“Tanto a tecnologia das baterias, como a tecnologia do solar, são europeias”, adiantou, precisando que a LuxOEnergy tem como parceiros a empresa austríaca DAS Energy para o fotovoltaico e a sueca Anodox para as baterias.

Em relação aos painéis fotovoltaicos que estão a ser produzidos em Moura, salientou Miguel Matias, “a maior diferenciação é a tecnologia flexível e muito leve”, o que permite a sua instalação em “locais até agora impossíveis”.

“Têm a mesma potência, capacidade e eficiência dos painéis tradicionais, mas são 10 vezes mais leves e podem instalar-se no topo de qualquer edifício, seja um estádio de futebol, uma estação de comboio e, inclusive, em comboios ou camiões”, explicou.

O responsável da LuxOEnergy disse que a aposta na produção de baterias deve-se à necessidade de armazenar a energia, “tanto para carregar automóveis à hora que fizer mais sentido ou para suportar as centrais solares fotovoltaicas”.

“E também pela perspetiva da existência de lítio em Portugal”, pois “era importante começar a construir a cadeia de valor para, quando extrairmos o lítio, podermos ter onde o aplicar e não termos que estar a vender a matéria-prima”, afirmou.

De acordo com o gerente, além de ter iniciado a produção, a empresa está também envolvida na agenda mobilizadora financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que pretende desenvolver o ‘cluster’ de baterias no país.

Nesse âmbito, revelou, a LuxOEnergy tem projetos em curso na região, um no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora, e outro com uma comunidade de energia renovável na mesma cidade alentejana.

Quanto à unidade em Moura, Miguel Matias realçou que os 15 funcionários contratados trabalhavam todos na antiga fábrica, o que permitiu “reter ‘know-how’”, admitindo a criação, no futuro, de mais postos de trabalho.

“Se tivermos muitas encomendas, como esperamos, podemos precisar de mais pessoas, mas o que está previsto é conseguirmos chegar a cerca de 40 funcionários durante os próximos dois anos”, apontou.

O responsável acrescentou que a LuxOEnergy vai vender os seus produtos em Portugal e olha igualmente para “Espanha e também para os países africanos de expressão portugueses e Brasil, que são mercados naturais de exportação para estas tecnologias”.

A MFS, que foi propriedade da empresa espanhola ACCIONA, começou a funcionar em 2008 e foi uma das contrapartidas do projeto de construção da Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, também no concelho de Moura.

// Lusa

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1 Comment

  1. Investimento industrial moderno no interior, parece-me óptimo! É uma das coisas que este país precisa, esperemos que corra bem – que não aconteça como aquele extraordinário data-center da Covilhã que está abandonado e à venda ao desbarato.

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