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F.C. Porto 1-0 Milan | Dragão em fúria banaliza italianos

A fúria do Dragão. O relógio marcava o minuto 65. O nulo perdurava, as tentativas portistas em busca da glória eram imensas – no total, 20 remates contra apenas quatro do AC Milan –, assim como a ineficácia na hora da finalização.

Porém, tudo mudou. Luis Díaz calibrou a mira, com um remate certeiro encontrou a chave do cofre e desfeiteou Tatarusanu. Ao cabo de 18 remates surgia o tento que volta a deixar o FC Porto com esperanças em assegurar uma vaga nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

A exibição do emblema da Invicta chegou a roçar a perfeição, a equipa “cuspiu fogo”, anulou as principais armas do adversário, que chegou a banalizar nalguns momentos, e não fosse a ineficácia demonstrada, o resultado poderia ter sido bem mais desnivelado.

Tivesse o “dragão” caprichado na finalização e a primeira metade dos “azuis-e-brancos” teria tido uma nota ainda mais elevada: foram ao todo 11 remates (um enquadrado) – só Taremi rematou em cinco ocasiões – contra apenas um dos forasteiros.

A pressão alta dos anfitriões obrigou os italianos a cometerem falhas em catadupa – aos 26 minutos registavam 42 perdas da posse, sendo que dez foram no primeiro terço do terreno –, as ocasiões de perigoso sucediam-se em igual ritmo – a mais flagrante protagonizado por Luis Díaz logo ao minuto cinco –, mas a ineficácia foi adiando o tão almejado golo.

No duelo táctico, Conceição dava um “banho” a Pioli, o 1x4x4x2 “portista” abafava o 1x4x2x3x1 “milanista”. Taremi recuava para condicionar o duplo pivô Bennacer e Tonali, que não conseguia sair a jogar com a bola “limpa”, facto que era aproveitado por Sérgio Oliveira e Uribe para ganharem metros e roubarem bolas na primeira fase de construção do Milan.

A viver dos lampejos de Rafael Leão, o Milan apenas realizou o primeiro remate, por Giroud, a dois minutos do descanso. Incansável na forma como ajudou a equipa a asfixiar os transalpinos, Sérgio Oliveira era o MVP neste período com um rating de 7.2, realce para os três passes para finalização, outros tantos aproximativos, 11 recuperações da posse, três desarmes e duas intercepções que acumulou.

O domínio absoluto dos da casa prosseguiu, com muitas acções nas imediações da área milanesa. Taremi (48’) falhou por centímetros, Uribe atirou ao lado, até que apareceu o já citado minuto 65. Após ter eliminado a Roma e Juventus, Sérgio Conceição volta a travar um gigante transalpino.

Com o triunfo, o primeiro nesta edição, o FC Porto passa a somar quatro pontos neste Grupo B, os mesmos do que o Atlético Madrid, que esta noite perdeu ante o líder Liverpool (nove pontos). O AC Milan continua só com derrotas.

Melhor em Campo

Fez bem a Sérgio Oliveira o período que passou fora das opções iniciais de Conceição. Voltou a ser influente e a exibição desta noite explica este novo voto de confiança de Sérgio Conceição. Intenso, confiante e fundamental assim esteve o médio nos 64 minutos em que actuou.

Importante a condicionar o jogo do Milan, esteve em todo o lado e terminou o duelo com uma ocasião de golo criada, cinco passes para finalização (máximo na partida), três passes valiosos, 58 acções com a bola, espectaculares 11 recuperações da posse (outro máximo), 5 desarmes, 2 intercepções e 3 acções defensivas no meio-campo adversário.

Por tudo isto, foi o MVP, com um GoalPoint Rating de 7.6.

Destaques do Porto

Luis Díaz 7.4 – Chegou ao sétimo golo na época – o 32º desde que está nos “dragões” – em mais uma “performance” de alto nível. Transpira confiança e é um perigo sempre que acelera. Atirou uma bola aos ferros, apontou o “tento” decisivo, tendo ainda feito dois passes para finalização, quatro valiosos, outras tantas acções com a bola na área adversária, acertou seis dos oito dribles tentados e recuperou a posse em oito ocasiões (registo assinalável para um extremo). Não fossem os seis maus controlos da posse e a nota seria ainda mais elevada.

Otávio 7.2 – Uma formiguinha que trabalha e é crucial no desenrolar do jogo da equipa. Destaque para os três remates feitos, cinco passes para finalização, sete valiosos, sete aproximativos, seis passes aproximativos recebidos e quatro desarmes.

Mbemba 7.1 – Nem Ibrahimovic conseguiu derrubar o central que acumulou seis passes aproximativos, quatro desarmes e seis alívios.

Taremi 6.8 – Perdulário, surgiu sempre em zonas de finalização, mas não teve arte para concretizar os seis remates que assinou – Expected Goals (xG) de 0,6. O iraniano fez mais remates do que toda a equipa do Milan e fez a assistência para o golo do jogo. Importante a condicionar os “trincos” contrários, teve ainda seis passes valiosos, três para finalização, 11 aproximativos recebidos e 12 acções com bola na área contrária (máximo).

João Mário 6.5 – Bem a defender (três desarmes e duas intercepções), apareceu afoito no ataque, esteve ligado ao lance do tento de Díaz e coleccionou três cruzamentos, dois passes para finalização e quatro conduções aproximativas. Não se saiu nada mal no duelo com Rafael Leão, antes pelo contrário.

Wendell 6.4 – Estava a ter a segunda melhor nota no encontro – três passes valiosos, duas conduções aproximativas, três desarmes e duas acções defensivas no meio-campo adversário – quando teve de sair lesionado ao intervalo.

Uribe 6.0 – Não dá muito nas vistas, mas é essencial na manobra portista. Recuperou a bola em dez ocasiões, gizou quatro passes aproximativos, outros tantos super aproximativos, somou seis alívios e bloqueou dois remates.

Pepe 5.5 – Voz de comando, sai de cena com nove recuperações registadas, seis passes longos e dois remates.

Vitinha 5.3 – Entrou bem na partida e aproveitou os 26 minutos em que esteve em campo com apenas dois passes falhados em 12, duas intercepções e 22 acções com o esférico. Deu outra clarividência à equipa na zona central.

Evanilson 5.2 – Foi a surpresa no “onze”. Não registou qualquer remate, mas ajudou a travar as acções dos centrais milanistas. Sofreu três faltas e acumulou quatro acções com a bola na área contrária.

Destaques do Milan

Fodé Ballo-Touré 6.0 – Mesmo tendo saído aos 56 minutos, foi o elemento do Milan com melhor avaliação graças a sete desarmes, três intercepções e quatro acções defensivas no meio-campo do FC Porto.

Bennacer 4.7 – Bem marcado, deixou de ser o habitual farol que simplifica o futebol dos italianos. Registou 20 perdas de bola e consentiu quatro dribles.

Ibrahimovic 4.4 – Esteve em campo 33 minutos, nos quais registou um remate, um cruzamento, quatro acções com a bola na área do FC Porto e cinco perdas da posse. Num lance involuntário, deixou Mbemba a sangrar da cabeça.

Rafael Leão 3.7 – Ainda tentou trazer outro brilho às investidas da equipa, mas esbarrou no muro “azul-e-branco” e sai da Invicta com a pior nota da noite. Cometeu quatro faltas, não foi eficaz em nenhum dos três dribles que arriscou, perdeu a posse 17 vezes, sofreu dois desarmes e contabilizou quatro maus controlos de bola.

Resumo

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