Extraterrestres podem estar a apanhar boleia de meteoros para colonizar outros planetas

A “panspermia” sugere que os extraterrestres podem estar a apanhar boleia em meteoros para se espalharem para novos planetas. Agora, um novo estudo estabelece um roteiro para descobrir onde residem esses hipotéticos alienígenas.

Se a vida for capaz de se espalhar de planeta em planeta – uma teoria conhecida como “panspermia” –, os cientistas poderão ser capazes de a detetar, mesmo que não saibam exatamente o que procuram, defende um recente estudo, tornado público em março.

Segundo o Live Science, embora existam vários locais promissores no Sistema Solar, os exoplanetas são a aposta mais certeira, havendo, atualmente, mais de 5000 confirmados.

No entanto, a busca por vida extraterrestre enfrenta um grande obstáculo: os investigadores não sabem, ao certo, o que procuram, dado que, até ao momento, só conhecemos um tipo de planeta capaz de hospedar vida e um tipo de vida, ou seja, a Terra e a vida baseada em carbono.

Acontece que os investigadores admitem que a vida pode assumir um vasto número de formas por toda a galáxia. Ignorando este entendimento, dois astrónomos concentraram-se menos na aparência da vida e mais no que a vida faria para realizar um novo estudo, cujo artigo científico está disponível no portal arXiv.

Os cientistas propõem uma estratégia de deteção baseada no conceito de panspermia, a ideia de que a vida pode começar num planeta e espalhar-se para outros através da “boleia” dos meteoritos.

Uma das principais características de qualquer tipo de vida é a sua capacidade de alterar o equilíbrio natural do planeta. Não sabemos, exatamente, que propriedades de um exoplaneta a vida alienígena seria capaz de mudar, mas, se fosse vulnerável à panspermia, tentaria certamente fazer as mesmas mudanças em todos os planetas que encontrasse à medida que se espalhava de um mundo para outro.

No novo estudo, os investigadores conceberam um teste estatístico onde, se foram medidas certas propriedades de alguns planetas, é possível identificar um aglomerado de planetas próximos que partilham características semelhantes.

Dado que estes corpos, cada um a orbitar uma estrela distante, não teriam outra razão para serem semelhantes entre si, este aglomerado destacar-se-ia de todos os outros exoplanetas.

Este método não seria uma arma potente para identificação de vida, mas seria uma pista importante de que algo estranho estava a acontecer nestes planetas e que a causa poderia ser a propagação da vida.

Apesar do avanço científico, os investigadores admitem que o trabalho tem algumas limitações. Além de assumir a panspermia, uma hipótese não testada, como possível, a técnica só funciona se os cientistas conseguirem recolher dados suficientes sobre um grande número de exoplanetas.

Por outro lado, a vantagem é que esta técnica é “agnóstica”, o que significa que pode identificar uma assinatura potencial de vida sem quaisquer suposições maiores sobre como essa mesma vida funciona.

ZAP //

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