Sinais no centro da Via Láctea podem ser extraterrestres a dizer “Olá!”

Uma nova procura por vida extraterrestre levou uma equipa de cientistas a olhar com muita atenção para o centro da nossa galáxia. Os resultados desta nova investigação são encorajadores.

Os pulsares emitem impulsos de frequência limitada, mas também são usados por seres humanos em certas tecnologias como o radar. Uma vez que estes impulsos se destacam do ruído de fundo do Espaço, são não só uma forma eficaz de comunicar a longas distâncias, como de procurar civilizações alienígenas.

Liderados por Akshay Suresh, cientistas da Universidade de Cornell desenvolveram um software, batizado de Breakthrough Listen, capaz de detetar estes padrões de frequência repetitivos e testaram-no em pulsares para se certificarem de que conseguia captar estes impulsos.

“Até agora, o SETI tem-se dedicado à procura de sinais contínuos”, explicou o investigador Vishal Gajjar, do Instituto SETI, uma organização sem fins lucrativos dedicada à procura de vida inteligente no Universo. “O nosso estudo lança novas luzes sobre a notável eficiência energética de um comboio de impulsos como meio de comunicação interestelar através de longas distâncias. É o primeiro esforço abrangente de sempre para realizar pesquisas aprofundadas destes sinais.”

O alvo foi o centro da Via Láctea porque, além de conter muitas estrelas, conta também com muitos exoplanetas potencialmente habitáveis. Se a vida inteligente no centro da nossa galáxia quisesse entrar em contacto com o resto da Via Láctea, poderia enviar sinais capazes de atravessar muitos planetas, dada a sua posição privilegiada.

No fundo, os cientistas acreditam que a utilização destas frequências limitadas e de padrões repetidos seria um excelente indício de que os extraterrestres existem, uma vez que, segundo o co-autor do estudo Steve Croft, é extremamente improvável que tal combinação ocorra naturalmente.

O novo método usa um algoritmo capaz de pesquisar 1,5 milhões de amostras de dados de telescópios em apenas 30 minutos. Os investigadores ainda não conseguiram encontrar quaisquer sinais reveladores nesta primeira tentativa, mas estão convictos de que a velocidade do algoritmo ajudará a melhorar as futuras investigações.

“O Breakthrough Listen capta grandes volumes de dados e a técnica de Akshay fornece um novo método para nos ajudar a procurar neste palheiro agulhas que nos possam dar provas tentadoras de formas avançadas de vida extraterrestre”, rematou Croft.

O artigo científico com as novas descobertas foi publicado, a 30 de maio, no The Astronomical Journal.

Liliana Malainho, ZAP //

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