Afinal, o extinto rato-canguru pode ainda estar vivo e perdido no deserto

Apesar de ter sido declarado extinto em 1994, um novo estudo sobre os seus hábitos alimentares aponta que o rato-canguru do deserto pode ainda estar vivo no deserto da Austrália.

Uma nova pesquisa feita por investigadores da Universidade de Flinders reacendeu as esperanças de que o rato-canguru do deserto, outrora considerado extinto, possa ainda estar vivo no duro e remoto deserto de Sturt Stony.

Conhecido cientificamente como Caloprymnus campestris, este marsupial esquivo foi declarado extinto há muito tempo, mas as novas descobertas sobre os seus hábitos alimentares apontam para a possibilidade de redescobrir a espécie.

Os investigadores analisaram os crânios de vários pequenos marsupiais para compreender melhor a dieta do canguru-rato. Ao estudar a biomecânica da mordida, conseguiram determinar que o animal provavelmente consumia uma dieta de material vegetal mais macio, em vez dos alimentos mais duros que se supunha.

Rex Mitchell, principal autor do estudo publicado no Journal of Experimental Biology, observou que as caraterísticas robustas do crânio eram adequadas para comer alimentos mais macios, apesar do seu tamanho maior. Esta descoberta tem implicações importantes para a identificação das áreas onde a espécie pode ainda estar escondida.

Apesar de ter sido oficialmente declarado extinto em 1994, com o último espécime recolhido em 1930, relatos não confirmados de avistamentos na bacia do Lago Eyre, no extremo norte da Austrália do Sul, alimentaram a especulação de que o rato-canguru do deserto ainda poderia existir.

A extinção da espécie é atribuída a fatores como a predação por espécies invasoras (raposas e gatos), a competição com coelhos, o excesso de gado e a má gestão dos incêndios, que devastaram o seu habitat natural, refere o SciTech Daily.

O novo estudo centra-se na dieta da espécie e oferece uma abordagem mais refinada aos esforços de busca. O rato-canguru do deserto era conhecido por consumir principalmente folhas, e os investigadores sugerem agora que as plantas com folhagem mais macia e acessível podem ser áreas-chave a monitorizar.

Através de modelação informática avançada e da Análise de Elementos Finitos (FEA), os investigadores testaram os crânios do animal em comparação com outros marsupiais para compreender como a forma do crânio influencia o comportamento de morder. Esta investigação não só oferece uma visão dos hábitos alimentares do canguru-rato do deserto, mas também fornece aplicações mais amplas para o comportamento animal, conservação e estudos evolutivos.

Embora o destino do rato-canguru do deserto permaneça incerto, estas novas descobertas são um sinal de esperança de que o pequeno marsupial pode ainda estar a prosperar, escondido nas remotas regiões desérticas da Austrália.

ZAP //

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