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Extinção da Humanidade seria “mutuamente benéfica” para Humanos e Natureza

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O ativista norte-americano Les U. Knight defendeu este sábado, em entrevista à Lusa, que a extinção da espécie humana seria “mutuamente benéfica” para a Humanidade e para a Natureza.

O fundador do Movimento para a Extinção Voluntária da Espécie Humana (VHEMT) apresentou o conceito na sexta-feira, no Fórum do Futuro, que termina sábado no Porto, e apontou à Lusa o “benefício mútuo” para a Natureza, que tem sofrido com “a drenagem de recursos pelos humanos”, e da própria espécie.

Tanto o planeta como os humanos beneficiariam imenso se nós cessássemos de procriar ou pelo menos reduzíssemos muito a reprodução”, disse, reforçando que a ideia seria “uma redução pacífica”.

O norte-americano, que participou no Fórum do Futuro no âmbito de uma parceria com a companhia de teatro portuense Mala Voadora, fundou o VHEMT em 1991.

O professor e ativista explicou que chegou à ideia por ter testemunhado “em primeira mão vários casos de destruição do meio ambiente” e que nos últimos 26 anos tem procurado “difundir de todas as formas possíveis” a ideia de que os humanos estariam muito melhor se fossem muito menos.

O objetivo principal é “reenquadrar duas formas de olhar para o mundo”: A primeira sendo a forma como pensar em não reproduzir parece algo impensável, porque “a maior parte das pessoas assume simplesmente que é o que vão fazer na vida”, e a outra “a supremacia humana na biosfera”, porque ao aceitar a extinção da espécie humana talvez se pense “melhor na extinção das outras espécies”.

Se os humanos se consideram “parte da Natureza”, têm nela um impacto negativo, uma vez que “onde habita um humano, normalmente não vive mais nada”.

“Isso não teria mal se não estivéssemos a expandir esse espaço de habitação e a extinguir os habitats naturais, o que é uma das causas principais para a extinção de espécies”, comentou.

Na opinião de Knight, que também trabalha como professor, “não só o sistema de educação como toda a cultura” está influenciada “pela propaganda natalista”, “tão profunda no condicionamento de cada um que quase não se nota”.

O aquecimento global e as alterações climáticas, bem como a mudança no panorama político internacional, trouxeram “um maior sentido de urgência em relação ao ambiente”, argumentou, porque “se percebe o quão rápido pode ser desfeito o trabalho de décadas no que toca ao ambiente e à liberdade reprodutiva, que tem sido reprimida”.

Entre os fatores que levaram a um aumento da repressão sobre a liberdade reprodutiva está o machismo e o patriarcado, que tem “um peso enorme” e que atrasa “os enormes passos em frente com a igualdade de género”, o que pode ser minimizado com “educação para mulheres e tudo o que é necessário para que as pessoas possam tomar decisões fundamentadas”.

Na opinião do ativista, a natalidade vai baixar no futuro, em parte devido ao aumento da liberdade reprodutiva, mas também devido ao “maior acesso a informação”.

Les U. Knight dedicou-se à causa como o trabalho de uma vida com o objetivo de “difundir a ideia e o movimento”, usando por vezes “um pouco de humor para ajudar a passar a mensagem”, apesar de não se fixar no objetivo da extinção da raça humana, antes “na capacidade de fazer refletir” e conseguir, no futuro, “ver uma redução no número de pessoas sem que tenha havido uma causa desastrosa”.

“Como professor, estou habituado a trabalhar todos os dias sem ver resultados tangíveis. Eu sei que é um processo. Sei que não vou ver o dia em que a espécie humana estará extinta”, referiu, explicando que o objetivo é “tão a longo prazo” que procura antes transmitir o conceito ao maior número de pessoas possível.

Segundo o fundador do movimento, “muitas pessoas estão a chegar a esta ideia por si”, pelo que estima que “cerca de três milhões de pessoas chegaram ao conceito”, que, reforça, “não quer banir ninguém, mesmo quem já teve filhos”, e que inclui debaixo “de uma ideia quase de ficção científica, porque não se convencem sete mil milhões de pessoas”, a intenção de “contrariar a ideia de que só pode ser bom sermos mais”.

“Temos um autocolante para automóveis que diz: ‘Que possamos viver muito e desaparecer’, e isso resume o nosso movimento, é como um lema não oficial”, concluiu.

// Lusa

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7 Comments

    • O “Eu!” não leu a notícia certamente, se tivesse lido teria compreendido (talvez…) que o movimento em questão não apela a nenhum tipo de suicídio colectivo, antes pelo contrário. Infelizmente ler as notícias e pensar estrategicamente a longo prazo não é o forte da população humana. Cumprimentos.

      • Por acaso li (e eu nunca disse que ele apelava ao suicido colectivo, etc).
        Além disso, conheço relativamente bem este lunático e o seu movimento.
        É uma ideia estúpida, defendida por um tontinho sinistro e felizmente o seu movimento praticamente não tem seguidores, nem sequer grande difusão.
        Até o nome é estúpido!
        É certo que há gente a mais na Terra e este Les U. Knight é um desses, portanto!…

        • Portanto você acha que é uma ideia estúpida reduzir a população mundial – através da educação e de forma voluntária – para tornar o nosso planeta sustentável? Apenas confirma o que eu disse no meu comentário anterior: pensar estrategicamente a longo prazo não é o forte de muitos que por aqui andam. Cumprimentos.

          • Não!
            Acho óptima a ideia de “reduzir a população mundial – através da educação e de forma voluntária – para tornar o nosso planeta sustentável”!!
            Nisso estamos completamente de acordo.
            Estúpida é a ideia da “extinção da espécie humana” ou de “nós “cessarmos de procriar ou pelo menos reduzirmos muito a reprodução”!
            Pode não parecer, mas são coisas bem diferentes!

          • Caro Eu!, creio que não entendeu a parte em que a “extinção da espécie humana” é apenas para chamar a atenção. Quanto a cessarmos de procriar e/ou reduzirmos muito a reprodução é exactamente a mesma coisa que reduzir a população mundial através da educação e de forma voluntária. Ou você tem alguma forma de alcançar uma coisa sem a outra? Completamente diferente é questionar-se porque é que “o fundador deste movimento ainda não se extinguiu”. Isso sim é diferente e denota uma total falta de entendimento do que está aqui em causa. Cumprimentos.

  1. filosoficamente a extinção da humanidade e de tudo que se considera ter vida seria a perfeição pois a vida é o erro do cosmos quanto mais conscientes formos mais inquietos estaremos daí o adágio ignorância é felicidade. tudo o que achamos que é nunca o seria sem nós mas mesmo uma profunda reflexão do tipo então se houvesse o extermínio da humanidade ficaria cá tudo menos nós? não porque esse pensamento
    tem sempre o erro como base da reflexão.

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