Quando os cientistas viram este par de buracos negros, encontraram uma rara oportunidade de observar buracos negros em processo de colisão. No entanto, à medida que pareciam mais próximos, os investigadores colocaram uma nova pergunta: o que é aquela luz a piscar?
A luz não é proveniente do par de buracos negros a colidir (nomeados PG 1302-102) – que estão a 3,5 mil milhões de anos-luz de distância de nós -, mas sim da turbulência à sua volta. Isto não explica, contudo, porque é que a luz tem flashes ritmados e regulares.
Assim, os investigadores Daniel D’Orazio, Zoltan Haiman e David Schiminovich, da Universidade de Columbia, nos EUA, construíram uma simulação e apresentam agora uma explicação para o que estamos a ver: trata-se da órbita dos buracos negros, explicam no artigo publicado na Nature.
A colisão entre buracos negros não é um processo particularmente equitativo – um é mais forte, maior e mais poderoso do que o outro, o que significa que um buraco negro está a causar muito mais turbulência no seu rastro do que o seu parceiro. Curiosamente, no entanto, este não é o buraco negro mais brilhante. É o menor destes que está a brilhar com mais intensidade.
Isto acontece porque o menor é menos capaz de se livrar da poeira interestelar do que o seu companheiro de maiores dimensões, o que significa que mais gás acaba a flutuar perto de si do que do maior, e é o gás que forma o brilho que nós vemos.
Num efeito que os investigadores compararam ao Doppler, quando o buraco negro mais brilhante orbita mais próximo de nós, vemos mais da sua luz, da mesma forma que, quando ele se move, ela escurece. Essa órbita também explica a natureza cíclica do sinal, que escurece e clareia com regularidade.
ZAP / HypeScience