Paulo Cunha / Lusa
A diocese de Leiria-Fátima demarca-se de qualquer ligação à organização dos retiros mensais “Cura e Libertação”, numa unidade hoteleira de Fátima, com a participação de Salvatore Micalef que se apresenta como bispo e “exorcista do Vaticano”.
O primeiro destes retiros organizados num hotel a cerca de 60 metros do Santuário de Fátima foi realizado em Maio passado, e já há outros encontros marcados até ao final do ano. Os eventos incluem orações de cura e libertação, “imposição de mãos”, “bênção de água, de sal e de objectos religiosos” e também palestras.
A diocese de Leiria-Fátima, liderada pelo bispo José Ornelas, “demarca-se claramente destes retiros, realizados fora da comunhão eclesial”, e informa, em comunicado, que “já reportou o caso às autoridades da Santa Sé”.
Além do chamado “exorcista do Vaticano“, estes retiros são, ainda, protagonizados por “um alegado seminarista amigo do Papa, de nome Francisco Marques”, refere o padre Jorge Guarda, vigário-geral da diocese de Leiria-Fátima, no comunicado divulgado.
Diocese acusa jovem de Aveiro de mentir sobre amizade com o Papa
Francisco Marques “não é seminarista em nenhum Seminário, nem de Portugal nem da diocese de Roma”, refere a mesma diocese.
As fotos em que aparece ao lado do Papa, “além de antigas, resultam de encontros acidentais com o Santo Padre, em audiências gerais, e não podem servir para credibilizar uma actividade que não está em comunhão com a Igreja”, aponta o mesmo comunicado.
Este jovem natural de Aveiro refuta as acusações da diocese, alegando que são “calúnia” e “difamação” em declarações ao Correio da Manhã (CM).
“A diocese de Leiria-Fátima vai contra o próprio Papa Francisco“, nota, garantindo que tem fotos com este na Casa de Santa Marta, a residência oficial do Sumo Pontífice, que diz comprovarem a sua amizade com ele.
Imagem retirada do Facebook de Francisco Marques, jovem que diz ser amigo do Papa.
“Foi o Papa que me procurou”
Em declarações à agência Lusa, Francisco Marques assegura que é seminarista e que o seu “percurso de discernimento” está a ser acompanhado pelo Papa.
“Foi o Papa que me procurou, depois de ler o meu livro “Da Superstição à Devoção”, e sabe e apoia estes retiros”, garante Francisco Marques.
Na sua página no Facebook, o jovem tem uma publicação de 6 de Maio, em que afirma ter falado com o Papa às 18:30 desse dia, sobre os retiros organizados em Fátima, e “em particular, sobre a inveja que estes eventos têm suscitado em Portugal”.
“Deixei-lhe também os documentos explicativos em relação ao que fazemos. A sua mensagem é simples, mas directa: ‘Francisco, não te preocupes, continua em frente!’”, acrescenta a mensagem no Facebook.
A diocese de Leiria-Fátima também aponta o dedo a Salvatore Micalef, salientando que foi “ordenado padre e bispo sem o mandato do Santo Padre“, pelo que “não está em comunhão com a Sé Apostólica”.
Uma acusação que Francisco Marques refuta, notando que “os advogados do bispo já enviaram uma carta à diocese a ameaçar colocá-la em tribunal se disserem que o bispo é falso”.
Jovem garante que o Papa apoia os retiros
Numa mensagem publicada nas últimas horas, na mesma rede social, Francisco Marques reforça que a argumentação da diocese de Leiria-Fátima é “falsa, difamatória e sem provas”, garantindo que foi sempre “convidado directamente pelo Santo Padre” e acompanhado “pessoalmente” por este nas alegadas visitas à sua residência oficial.
Contudo, em contradição com o que disse à Lusa, o jovem assume que não é seminarista, mas diz que está “a fazer uma experiência numa paróquia de Roma“.
Afirma ainda que Salvatore Micalef “nunca afirmou” que é “exorcista do Vaticano”. Apresenta também um documento que diz provar que Micalef “é reconhecido pela Santa Sé” como bispo.
Sobre os retiros diz que estão “completamente de acordo com a doutrina Católica, que dispõe da oração do Exorcismo, apesar de muitos que se dizem católicos não acreditarem mais no Evangelho, nem no Catecismo da Igreja Católica”.
“O Santo Padre já me ligou durante um retiro, e à vista de todos, e encoraja-me a não ligar aos invejosos e a continuar”, escreve ainda, convidando quem tem dúvidas “a estar na primeira fila, para verem as pessoas que sofrem e são atormentadas pelo mal, com os seus próprios olhos”.
Susana Valente, ZAP // Lusa
Se fosse umas “brincadeiras” com menores, o José Ornelas não ia fazer queixa e até encobria ….. Assim já lhe faz comichão? Se ele não faz parte da igreja qual o problema? Se fosse umas missas negras, José Ornelas não fazia queixa também de certeza.
Eu cada vez mais me questiono sobre as atitudes dos bispos da Religião Católica.
Na Bíblia, e no evangelho de hoje, uma das leituras diz que Deus disse aos seus apóstolos: Ide, começai pelos povos que andam perdidos, evangelizai, ressuscitai os mortos, e EXPULSAI OS DEMONIOS.
Acho que os Bispos que não querem fazer o que Deus os mandou fazer, ou não o sabem fazer bem, ou sabem mas não querem trabalho e têm medo dos maus espíritos. Pois dos relatos que já ouvi falar, é uma das coisas que só eles podem fazer, mas dá muito trabalho, é desgastante e teriam de o fazer de graça? Mas as pessoas que sofrem desse mal não se importam de pagar para se libertarem desse mal, vendo-se obrigados a recorrer às “bruxas”, mas ai os bispos criticam.
Se Deus só lhes deu a eles esse poder e eles, e quando eles decidiram ser padres, já sabiam que poderiam ter de enfrentar esse serviço, certo? Porque não fazem o que Deus mandou? É mesmo: Olha paras o que digo, não olhes para o que faço.
A Igreja e a suas vigarices!…
Se uma certa fação da atual Igreja se deixasse de modernices e fosse mais fiel à Doutrina de Jesus Cristo, estaríamos melhor, porque Jesus deixou – Lhe o Seu Poder para exorcizar e curar todos os males: ninguém Católico precisaria de recorrer às mediuns, cartomantes ou outras filosofias esotéricas, contrárias às do Evangelho.
Mas como isso exige Santidade, é melhor ser apostata e perseguir quem procura a Verdade.
Claro, se nem com os Bispos tradicionais, esses senhores se entendem…