O encolhimento planetário ao longo de milhares de milhões de anos pode explicar a escassez de planetas com quase o dobro do tamanho da Terra.
Até ao momento, foi confirmada a existência de cerca de quatro mil exoplanetas a orbitar outras estrelas na Via Láctea. A partir desta constatação, os cientistas concluíram que há muito poucos exoplanetas com um tamanho de 1,5 a duas vezes superior ao da Terra a orbitar as suas estrelas. O fenómeno é conhecido como pequena lacuna do raio do planeta.
Novas pesquisas apontam que, provavelmente, estes exoplanetas já existiram, mas encolheram ao longo de milhares de milhões de anos.
A pequena lacuna do raio do planeta, identificada pela primeira vez em 2017, aplica-se a mundos do tamanho da Terra e mini-Neptunos, explica o Science Alert.
A equipa de Trevor David, astrofísico do Instituto Flatiron de Nova Iorque, nos Estados Unidos, estudou o fenómeno através das idades dos exoplanetas que se formam ao mesmo tempo que as suas estrelas.
A equipa selecionou vários corpos celestes com menos de dez vezes o tamanho da Terra registados no California-Kepler Survey, um projeto que mede de forma precisa as propriedades dos exoplanetas e das suas estrelas.
Depois, os investigadores dividiram os exoplanetas em dois grupos: os mais jovens, com menos de dois mil milhões de anos, e os mais velhos. Após a divisão, a equipa encontrou um padrão curioso.
Segundo o artigo científico, publicado recentemente no The Astronomical Journal, ao longo de milhares de milhões de anos, os exoplanetas diminuíram dramaticamente de tamanho, muitas vezes por causa da perda da sua atmosfera.
As causas são ainda desconhecidas, mas há duas teorias.
A primeira – conhecida por fotoevaporação – defende que a proximidade entre o planeta e a estrela contribui para a evaporação da atmosfera, devido à radiação estrelar.
A segunda teoria consiste no arrefecimento do núcleo do planeta e defende que o calor que escapa para a atmosfera ajuda esta a evaporar-se.