Os militares do exército americano no Japão foram proibidos de consumir álcool, anunciou hoje o exército, depois de um dos seus membros ter conduzido alcoolizado, o que aumentou a oposição à base militar americana em Okinawa.
Os EUA estão outra vez sob pressão depois de um funcionário de uma base militar no Japão ter, alegadamente, abandonado o corpo de uma mulher de 20 anos de Okinawa, que a polícia suspeita ter sido violada e assassinada.
Os comportamentos dos funcionários dos EUA têm sido alvo de protestos na ilha estratégica e têm piorado as relações entre os dois países.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu, no mês passado, medidas para prevenir crimes de americanos. Os militares impuseram restrições incluindo o toque de recolha.
Apesar das medidas, um oficial da marinha foi preso no fim de semana depois de, alegadamente, ter conduzido embriagado e em sentido contrário e ter insultado duas pessoas, uma gravemente, segundo a polícia de Okinawa.
Os marinheiros dos EUA que estão no Japão foram proibidos de beber, tanto dentro como fora da base, por um período indeterminado e vão ter outras restrições, disse num comunicado as Forças Navais dos EUA no Japão.
“Durante décadas, tivemos uma relação forte com o Japão”, disse o comandante naval no Japão, Matthew Carter.
“É imperativo que cada marinheiro perceba a forma como as nossas ações afetam as relações, e a aliança EUA-Japão como um todo”, continuou.
O primeiro-ministro, Shinzo Abe, disse hoje aos funcionários do governo que o caso da condução sob efeito de álcool “é extremamente deplorável… por ter acontecido logo após os EUA terem dito que iriam fazer esforços para reforçarem a disciplina”, informou o jornal Jiji Press.
O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, considerou o incidente escandaloso.
No domingo, os habitantes de Okinawa votaram nas eleições regionais, mostrando um esmagador apoio ao governador Takeshi Onaga, que quer que a base militar dos EUA seja retirada da ilha.
Mas Suga desvalorizou o impacto do voto num acordo Japão-EUA para mudar a localização das instalações para outra parte de Okinawa, repetindo a posição do governo de que essa é a “única solução”.
Os habitantes de Okinawa planeiam uma reunião para o final do mês para protestarem contra as bases militares e o comportamento dos funcionários da marinha norte-americana.
Mais de metade dos 47.000 tropas americanos no Japão está em Okinawa, devido a uma aliança de segurança de décadas.
A ilha foi palco de uma grande batalha entre os dois países, durante a Segunda Guerra Mundial, à qual se seguiu uma ocupação de 27 anos pelos EUA.
/Lusa