Uma equipa de cientistas desenvolveu um exame de sangue rápido e preciso capaz de diagnosticar ataques cardíacos em minutos.
Os ataques cardíacos continuam a ser uma das condições clínicas mais difíceis de diagnosticar, com sintomas que variam muito e sinais biológicos que podem ser subtis e fáceis de ignorar nas fases iniciais, quando a intervenção médica pode ser mais benéfica.
Investigadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, anunciaram agora um novo exame ao sangue que pode revolucionar a rapidez com que os ataques cardíacos são diagnosticados.
De acordo com o comunicado publicado no site da universidade, o teste consegue detetar os primeiros sinais de um ataque cardíaco em apenas 5 a 7 minutos, uma melhoria drástica em relação aos métodos atuais que demoram uma hora ou mais.
O trabalho dos investigadores foi apresentado num artigo publicado esta terça-feira na Advanced Science.
“Os ataques cardíacos exigem intervenção médica imediata para melhorar os resultados do paciente, mas apesar de o diagnóstico precoce ser importantíssimo, também pode ser muito desafiador — e quase impossível fora de um ambiente clínico”, explica o autor principal do artigo, Peng Zheng.
Neste contexto, um diagnóstico rápido é determinante, até porque, só nos Estados Unidos, mais de 800 mil pessoas sofrem de ataques cardíacos todos os anos.
A estrela da mais recente invenção é um pequeno chip com uma superfície nanoestruturada na qual o sangue é testado.
“A metasuperfície do chip aprimora os sinais elétricos e magnéticos durante a análise de espectroscopia, tornando os biomarcadores do ataque cardíaco visíveis em segundos, mesmo em concentrações ultrabaixas”, adiantou por seu turno o bioengenheiro Ishan Barman, co-autor do estudo.
A abordagem permite que o teste seja mais rápido e mais sensível do que os métodos atuais e capaz de sinalizar biomarcadores que podem, atualmente, passar despercebidos.
“No futuro, esperamos que esta tecnologia possa ser transformada num instrumento portátil como um tricorder de Star Trek, onde, com apenas uma gota de sangue, temos uma deteção rápida”, sugeriu Barman.