Uma equipa de cientistas desenvolveu uma nova tomografia que pode ajudar a identificar autismo em crianças anos antes do que é atualmente possível. Este avanço pode levar a formas mais eficazes de diagnosticar este distúrbio do desenvolvimento.
Um novo exame oftalmológico pode ajudar a identificar autismo em crianças muito antes do que é atualmente possível. O teste não invasivo é feito com a ajuda de um dispositivo portátil que encontra um padrão de sinais elétricos na retina que são distintos em crianças no espetro do autismo.
Estes sinais estão diretamente ligados a diferenças no desenvolvimento cerebral, aponta o EurekAlert. Além disso, os potenciais biomarcadores para o transtorno do espectro do autismo (TEA) podem permitir a deteção precoce de outros distúrbios, como o transtorno do défice de atenção e hiperatividade (TDAH).
O novo exame foi testado em 180 pessoas com e sem autismo, com idades compreendidas entre os cinco e os 21 anos. O artigo científico foi recentemente publicado no Journal of Autism and Developmental Disorders.
Paul Constable, professor e investigador da Universidade de Flinders, na Austrália, está em busca de um biomarcador de autismo desde 2006, num esforço para melhorar os atuais métodos de deteção e intervenção precoces depois de o seu próprio filho ter sido diagnosticado com esta doença.
“A retina é uma extensão do cérebro, feita de tecido neuronal e conectada ao cérebro pelo nervo ótico, por isso era o local ideal para procurar”, explica o investigador. “O teste é um exame oftalmológico rápido e não invasivo, feito com um dispositivo portátil, e prevemos que será igualmente eficaz em crianças mais novas.”
O diagnóstico precoce é muito importante, na medida em que as crianças ficam habilitadas a receber intervenções fulcrais mais cedo, acrescenta o cientista. Além disso, a deteção precoce do autismo em crianças primogénitas pode dar aos pais a oportunidade de decidir se desejam ter mais filhos, uma vez que estudos anteriores indicam que os irmãos de crianças autistas têm uma maior probabilidade de desenvolver o distúrbio.
“A nossa equipa descobriu um provável biomarcador candidato ao autismo. A próxima fase é olhar para crianças mais pequenas, e até bebés, pois quanto mais cedo chegarmos aos estágios de intervenção, melhor”, remata Constable.
Seria excelente isso sim encontrar de vez a cura para esse distúrbio neurológico
Não interessa descobrir que é autista e depois todos os apoios que existem para estas crianças e famílias são praticamente zero. É a partida uma “sentença” de incapacidade pois irá depender de terceiros pelo resto da vida e as instituições que trabalham com estes casos apenas os querem se estiverem completamente sedados com medicação. Em Portugal autismo é infelizmente uma sentença de ser o coitadinho pelo resto da vida.