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Antigo presidente e diretores da France Télécom condenados a prisão pelo suicídio de ex-funcionários

MEDEF / Flickr

Didier Lombard

O ex-diretor da France Télécom, atualmente Orange, e dois seus subordinados foram condenados na sexta-feira por “assédio moral institucional”, na sequência do suicídio de 35 ex-funcionários. 

Segundo noticiou o Expresso, os suicídios ocorreram no início dos anos 2000 e esta condenação, inédita, deve-se ao ambiente de tensão e medo criado por aqueles responsáveis da empresa.

De acordo com o tribunal de Paris, os três homens atuaram de forma intimidatória durante uma reestruturação na empresa, tentando forçar despedimentos, o que terá tido um impacto direto nos suicídios e noutras tentativas não consumadas.

Didier Lombard, na altura CEO, o seu número dois, Louis-Pierre Wenès, e o ex-diretor de recursos humanos, Olivier Barberot, foram condenados a quatro meses de prisão e a uma multa de 16 mil dólares (cerca de 14.500 euros). Já anunciaram que vão recorrer da decisão. A Orange foi condenada a pagar uma multa de mais de 80 mil euros.

Em tribunal, os responsáveis garantiram que os despedimentos de milhares de funcionários foram decisões voluntárias tomadas pelos próprios. Contudo, foi divulgada uma declaração de 2006 em que o mesmo Lombard afirmava que os empregados tinham de sair “pela porta ou pela janela”.

Nessa altura, a empresa estava em crise e o despedimento de 22 mil trabalhadores – de um total de 120 mil – foi uma das medidas tomadas. O tribunal considerou que esses despedimentos foram conseguidos de forma “ilegítima”, na sequência de “um esquema consciente de deterioração das condições de trabalho de forma a acelerar essas saídas”.

Nos últimos meses, o tribunal recorreu aos testemunhos de outros antigos e atuais funcionários, que recordaram esse período e confirmaram a “ansiedade severa” que se vivia. A maioria desses funcionários não podia ser despedida porque eram trabalhadores do sector público – só mais tarde a empresa passaria a ser privada.

ZAP //

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