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Ex-presidente da ARS Lisboa detido por suspeitas de corrupção

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@lmcunharibeiro / Twitter

Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente da ARS Lisboa

O ex-presidente da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo foi esta segunda-feira detido pela Polícia Judiciária, no âmbito de uma investigação relacionada com o negócio do plasma, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

A Procuradoria-Geral da República revelou hoje que estão em curso mais de 30 buscas em estabelecimentos oficiais relacionados com a saúde, incluindo o Ministério e o INEM, e outras em território suíço, numa investigação ao negócio do plasma conhecida como operação “O Negativo”.

De acordo com a nota da PGR, as buscas domiciliárias e não domiciliárias em Portugal decorrem na área da Grande Lisboa e do Grande Porto.

Além dos estabelecimentos oficiais ligados à área da saúde, duas das buscas realizam-se em escritórios e locais de trabalho de advogados.

Fonte ligada ao processo confirmou à agência Lusa que o ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro, foi detido pela Polícia Judiciária no âmbito das investigações.

De acordo com a mesma fonte, em causa estão crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais.

“No inquérito investigam-se suspeitas de obtenção, por parte de uma empresa de produtos farmacêuticos, de uma posição de monopólio no fornecimento de plasma humano inativado e de uma posição de domínio no fornecimento de hemoderivados a diversas instituições e serviços que integram o Serviço Nacional de Saúde”, refere a nota da PGR.

Para o efeito – explica – “um representante da referida empresa de produtos farmacêuticos e um funcionário com relevantes funções no âmbito de procedimentos concursais públicos nesta área da saúde terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro”.

De acordo com a informação da PGR, os suspeitos terão obtido vantagens económicas que procuraram ocultar, em determinadas ocasiões, com a ajuda de terceiros.

Segundo o Correio da Manhã, a empresa de produtos farmacêuticos em causa é a Octapharma, que terá subornado Cunha Ribeiro com apartamentos de luxo uma vez que este fazia parte do júri do concurso que, em 2000, entregou o monopólio do negócio milionário da venda do plasma sanguíneo aos hospitais públicos portugueses.

Os factos em investigação ocorreram entre 1999 e 2015. A agência Lusa adianta que o esquema terá lesado o Estado em cerca de 100 milhões de euros.

Segundo a PGR, participam na operação três juízes de instrução criminal, oito magistrados do Ministério Público, oito dezenas de elementos da Polícia Judiciária (PJ), seis peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística da PJ e nove peritos da Unidade de Tecnologia e Informação da PJ.

Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.

ZAP / Lusa

3 Comments

  1. A impunidade de gente mal formada que gere dinheiros públicos e que deles se aproveita em benefício próprio há muito que devia ter acabado. Felizmente começa a ver-se a acção de uma justiça que corta a direito e não distingue cidadãos. Como sempre devia ter sido. Tenhamos esperança, pois ainda só se vê a ponta do iceberg.

  2. Este conhecido VAMPIRO (conhecido entre os colegas pela alcunha de «sanguessuga») estava conotado, pelos «tachos» que foi tendo, com o P.S.
    Este processo já corre há vários anos e é conhecido com «A MAFIA DO SANGUE».

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